Publicado 03/09/2024 13:47
Como se previa, manifesta-se sobretudo nas capitais e maiores cidades o confronto pelas prefeituras e cadeiras das câmaras municipais entre o campo político do governo do presidente Lula e o bloco da extrema-direita e setores a ela vinculados. Em especial, por configurações distintas, mas com a marca dessa polarização, as disputas de São Paulo, Porto Alegre, Fortaleza, Belém, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Goiânia, entre outras, vão eletrizando a atenção do eleitorado local e atraindo a atenção do País como um todo, como é caso, em especial, da cidade de São Paulo.
As redes sociais fervem. O horário eleitoral começou. Os debates e as sabatinas se multiplicam. A campanha povoa de democracia as ruas, praças, feiras. O povo passa a se interessar pelo embate e, também, começa a fazer suas escolhas.
Nas duas últimas eleições municipais, sobretudo em 2020, na esteira do crescimento e ascensão da extrema-direita ao governo da República, houve uma redução severa do percentual de prefeituras e de cadeiras nas câmaras municipais sob o mandato de lideranças das forças democráticas e progressistas, em especial da esquerda. Entre outros fatores, pesou, além da corrosiva e criminosa ação da mídia e de setores do Judiciário contra a esquerda e a outros setores democráticos, a proibição da coligação partidária e a dinheirama do chamado orçamento secreto, fermentando o bolo de votos da direita.
Na presente disputa, o orçamento secreto, embora na berlinda, ainda terá robusto efeito anabolizante no projeto eleitoral do chamado Centrão, bem como da extrema-direita. Por sua vez, a federação de partidos, inovação democrática para a qual foi decisivo o papel do PCdoB, atenuou os efeitos antidemocráticos do fim das coligações.
De todo modo, a situação do País hoje é outra. Desde a derrota da extrema-direita em 2022 e o início do governo de reconstrução nacional do presidente Lula, o País respira esperança, e o povo já usufrui das colheitas da retomada do crescimento econômico. A taxa de desemprego caiu para 6,8%, menor índice desde o trimestre encerrado em janeiro de 2014. A população ocupada bateu recorde ao passar para 102 milhões de pessoas. Houve também, em relação ao ano passado, aumento tanto do número de carteiras assinadas quanto do rendimento real.
E mais: houve o retorno de políticas de grande benefício às numerosas camadas pobres de nosso povo. Houve, também, criação de novos programas.
O País investe na Nova Indústria Brasil, impulsionada em novas bases tecnológicas. A Educação, a Saúde pública, a Cultura expandem realizações e alcance.
Trata-se agora, com base nessas realizações e conquistas, somadas a campanhas que apresentem programas que respondam aos problemas das cidades e também às potencialidades, aos anseios do povo de cada localidade, ao prestígio das lideranças locais e de suas propostas, retomar prefeituras e cadeiras no legislativo municipal, reeleger prefeitos, vereadores, que, em conjunto, resultem numa etapa de recomposição real da força do campo democrático e popular a partir do alicerce, isto é, dos munícipios.
A Federação Brasil da Esperança, constituída por PT, PCdoB e PV, neste momento presidida por Luciana Santos, presidenta do PCdoB e ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, com candidaturas próprias ou de legendas da base do governo Lula, cumpre papel decisivo ao êxito geral do campo democrático, popular e progressista. Lançou candidaturas em mais 4 mil municípios e será definidora nas principais cidades.
Ressalta-se, no campo da esquerda, a importância do êxito do projeto eleitoral do PCdoB. No decorrer de mais de um século de lutas, ficou demonstrado que a legenda comunista quando mais força adquiriu canalizou seu revigoramento à defesa da democracia, do desenvolvimento soberano do País, dos direitos do povo e da perspectiva da conquista do socialismo.
O PCdoB lançou mais de 3 mil candidaturas em cerca de 800 municípios. Está focado em eleger vereadores e vereadoras nas capitais e cidades importantes e em reeleger seus prefeitos e vice-prefeitos, além de conquistar novas prefeituras, com destaque para as cidades de Imperatriz, Campina Grande e Guarujá. Para tal, realiza uma campanha ampla, alegre, combativa e propositiva, erguendo a bandeira por cidades mais humanas, democráticas e sustentáveis.
Refletindo seu vínculo com o povo brasileiro, é a legenda com o maior percentual de candidaturas negras (72,02%). Demonstrando o compromisso com a luta pelos direitos e emancipação das mulheres, tem um dos mais altos percentuais de candidaturas femininas (40,56%). Lideranças dos trabalhadores disputam para valer em muitas cidades. Do mesmo modo, líderes da juventude.
Os destinos das cidades brasileiras, resultantes nas eleições de outubro, serão vetores de forte influência nos rumos que o Brasil tomará nas eleições presidenciais de 2026: se seguirá sulcando um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento ou se retornará ao passado recente de neofascismo e a tudo de destruição e regressão que ele representa.
Impor derrotas à extrema-direita, assegurando a mais robusta vitória possível das forças democráticas e progressistas, é a tarefa para a qual somos chamados a oferecer, além de nosso voto, nosso mais vigoroso engajamento.
Certa vez, não faz tempo, o destino não somente de um país, mas de toda humanidade, dependia, em grande medida, da vitória de uma única cidade. Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores poetas brasileiros, ao enaltecer a bravura e a resistência de Stalingrado em face do maciço e cruel cerco nazista, cunhou o verso de que “as cidades podem vencer”.
As cidades brasileiras, simbolicamente a partir de São Paulo, haverão de provar que também foram capazes de vencer a escória, o que há de pior na política do capitalismo – a extrema-direita, o neofascismo. Já em centenas de outras, onde disputam forças democráticas, o povo vai escolher a que julgar mais capaz e realizadora. De igual importância é a eleição da maior quantidade de vereadores/vereadoras progressistas.