Zema: o empresário “bom de gestão” aumenta em muito a dívida de Minas
Mesmo com a liminar no STF que garantiu a suspensão da dívida do Estado de Minas Gerais com a União, a previsão é de um rombo de R$6 bilhões no Projeto Lei de Diretrizes Orçamentárias para o orçamento de 2024
Publicado 15/07/2023 08:56 | Editado 15/07/2023 09:03
Quando Romeu Zema (Novo) foi eleito em 2018, o discurso vencedor foi o do “não sou político, sou gestor”, um discurso que buscava legitimar políticos liberais vindos da iniciativa privada com exemplos de sucesso. Porém, o Governador Romeu Zema, já sentado na cadeira do poder, descobriu que o Estado não é a loja EletroZema e governar está para além de administrar empresas.
A marca de bom gestor não se sustenta mais. Os números da dívida pública e os déficits anuais escancaram isso.
Na Lei Orçamentária Anual, imediatamente anterior a posse do Governador/Empresário, ou seja, 2018, o Governo anterior deixou um déficit orçamentário de R$8,8 bilhões de reais. Já nos anos de Governo Zema o déficit orçamentário do Estado evoluiu para R$11,44 bilhões em 2019; R$13,3 bilhões em 2020; chegando a R$16,2 bilhões em 2021, ou seja, Zema gastou mais que arrecadou praticamente dobrando o déficit orçamentário em três anos de gestão.
Mesmo com a liminar no STF que garantiu a suspensão da dívida do Estado de Minas Gerais com a União do início de 2019 até ser prorrogada mais uma vez pelo próprio STF, para dezembro de 2023, e ainda, os acordos bilionários decorrentes dos crimes de mineração das empresas Samarco, BHP e Vale, o Governo Zema não consegue zerar o déficit orçamentário, mantendo a previsão de um rombo de R$6 bilhões no Projeto Lei de Diretrizes Orçamentárias para o orçamento de 2024, aprovado pela Assembleia Legislativa.
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A dívida pública consolidada de Minas Gerais saltou de R$114,3 bilhões no último ano de Governo Pimentel para R$185 bilhões sob a gestão de Romeu Zema, conforme o seu Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2024, um aumento de R$70,7 bilhões e uma variação de 61%.
Para solucionar o seu problema de má gestão do dinheiro público, agora o Governador Zema pretende aprovar o tal Regime de Recuperação Fiscal de forma atropelada e sem a opinião da Assembleia Legislativa, colocando na conta do trabalhador mineiro penalidades como o congelamento dos investimentos públicos, o congelamento dos salários dos servidores junto a vedação de concursos públicos e a venda do nosso patrimônio como COPASA e CEMIG.
Além disso, Zema não cumpre os acordos que ele mesmo fez com a segurança pública e com os professores, sendo que não paga sequer o Piso Nacional da categoria. Não dialoga com os servidores e aprovou uma nefasta Reforma Administrativa onde retira mais e mais direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Ao invés de Regime de Recuperação Fiscal, Zema deveria aderir ao Regime de Boa Gestão Fiscal. Não é demais lembrar que Zema aumentou, recentemente, o seu salário e de seu Secretariado em 300%. Como se não bastasse aumentar o seu próprio salário, Zema fará Minas perder R$4,7 bilhões em arrecadação, somente com as receitas oriundas do IPVA, em face dos benefícios fiscais concedidos às locadoras de veículos, como a Localiza, que foram as principais financiadoras da sua campanha.
Será que o empresário Zema deixa suas empresas endividadas como o Governador Zema deixa o Estado de Minas Gerais?
Os mineiros e mineiras não aceitarão pagar essa conta!