O canto da sereia e outras mentiras

O texto, poético e introspectivo, explora as nuances entre a fantasia e a realidade, enquanto reflete sobre o encanto das ilusões e o distanciamento da verdade.

Imagem: IA

A imaginação é uma fábrica de delícias também. Deposite a fartura de sorrisos que não caibam nos olhos, misture com algumas mentiras e sacuda com os oráculos das estrelas, se engane, nem que seja só por uma tarde, talvez adentre a noite os ruídos de brilho.

A embriaguez e a lucidez se entrelaçam. Desconheço os caminhos que podem chegar aos seus lábios, estão distantes como a lua, as vezes a gente acha que ela cabe na mão. A distância da realidade é sempre enganosa.

Enquanto escuto música cubana, tento convencer a distância que faz canto de sereia. Como chocolate, sinto a maciez do seu doce. As roseiras continuam na varada se expondo, estão em oferta. O chocolate, a música e o corpo ausente me fazem passear pela beira dos teus seios. Os meninos atrapalham o meu passeio com seus gritos, volto a realidade. 

A fábrica ainda produz sonhos, apesar de quase entrar em falência.  

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