Indispensáveis relações com o povo
A análise do episódio eleitoral revela desafios institucionais, desigualdades e necessidade de fortalecer vínculos populares e a luta coletiva militante
Publicado 21/11/2024 15:21

Natural que se examine o último episódio eleitoral sob múltiplos aspectos, conforme os propósitos de cada corrente política em presença.
O PCdoB o aborda de modo abrangente, partindo do respingo dos resultados sobre o quadro de correlação de forças no conflito nacional.
Mas igualmente se olha ao espelho, identificando elementos a considerar na sequência da luta e no permanente esforço de auto-revigoramento politico-organizativo.
Desde o seu 10⁰ Congresso, os comunistas sublinham que sob condições adversas no mundo e no Brasil, de prolongado acúmulo de forças tendo em vista a contraofensiva futura, a atuação partidária na esfera institucional (parlamento nos três níveis federativos, governos e conselhos setoriais) assume importância maior do que antes; sem diminuir o empenho militante nas diversas instâncias da luta social.
Bem sabemos que a busca do voto ocorre sob contingências, regras e instrumentos institucionais e financeiros absurdamente desiguais, favorecendo as grandes legendas.
Mais: parcela expressiva do eleitorado de extrato social mais vulnerável a cada pleito vem se contaminando pela “monitorização” do voto, quase em relação direta com o enfraquecimento dos sindicatos e demais entidades do movimento de massas.
Ou seja, fatores que conspiram contra a ação coletiva militante em busca do que se costuma chamar voto “da consciência e do afeto”.
Esse dado das relações com o povo há de ser destaque na avaliação da campanha em toda parte, onde se obteve êxito e onde não se obteve.
Daí a absoluta necessidade de se retomar a diretriz do revigoramento partidário, valorizando a luta no campo das ideias, a ação militante coletiva e a “reinvenção” dos vínculos cotidianos com a classe trabalhadora e o povo.