Fim do Bolsa Família é mais um crime de Bolsonaro
E em uma estratégia estritamente eleitoreira, o agora presidente vai acabar com o Bolsa Família, que ele tanto criticou, para substituí-lo pelo Auxílio Brasil. Um programa temporário, sem fontes claras de recursos e sem garantias de que será mantido a partir de 2023
Publicado 12/11/2021 20:10

Todos nós sabemos que o presidente Bolsonaro não é simpático às causas sociais e nunca se preocupou em defender os interesses dos mais necessitados. Pelo contrário! Ele sempre se opôs aos programas sociais e por diversas vezes deixou isso bem claro em seus discursos.
Em um deles, quando candidato à presidência da Câmara dos Deputados em 2011, o então deputado federal defendeu o fim do Bolsa Família e afirmou que o programa levaria o Brasil a uma “ditadura do proletariado”. Disse ainda que “nada mais é que um projeto para tirar dinheiro de quem produz e dá-lo a quem se acomoda”.
E em uma estratégia estritamente eleitoreira, o agora presidente vai acabar com o Bolsa Família, que ele tanto criticou, para substituí-lo pelo Auxílio Brasil. Um programa temporário, sem fontes claras de recursos e sem garantias de que será mantido a partir de 2023.
Vale lembrar que o Bolsa Família possui 18 anos, foi testado e aprovado, já beneficiou mais de 50 milhões de pessoas e é considerado pelo Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas como “o maior e mais eficiente programa de distribuição de renda do mundo. Que conseguiu, com sucesso, reduzir a pobreza no Brasil de modo significativo”.
Para justificar a manobra, ele tenta aprovar a todo custo, agora no Senado, a Proposta de Emenda à Constituição, a PEC dos Precatórios. Que nada mais que uma mudança na Lei para legitimar o adiamento de dívidas públicas da União. Caso seja aprovada, a PEC vai lhe garantir uma verba de mais de R$ 91 milhões no orçamento para serem gastos de acordo com seus interesses e com possibilidade de ultrapassar o teto de gastos, o que é inconstitucional.
A Proposta que vai permitir o derrame desenfreado de recursos públicos na verdade é um calote que será dado à população, especialmente àquelas pessoas que possuem processos judiciais junto ao INSS aguardando pagamento.
Ela já foi votada em dois turnos na Câmara Federal e a bancada do PCdoB, que é conhecedora dos métodos nefastos de fazer política do presidente da República e sempre esteve fiel aos princípios e valores enraizados e difundidos por um partido centenário, votou contra e continuará lutando pela sua derrota no Senado.
Essas atitudes de Bolsonaro demonstram total desespero. Desde a chegada da pandemia do coronavírus a população tem acordado para suas ações desastrosas, seja no comando da economia, no enfrentamento ao desemprego, no amparo aos mais necessitados e na própria condução da crise sanitária.
A falta de uma política e postura eficientes, associada a negação da doença; ao incentivo de uso de medicamentos sem eficácia comprovada; à recusa em adquirir vacinas e à falta de uma ação estratégica nacional, que amparasse estados e municípios, têm feito sua popularidade despencar. E hoje sua gestão é desaprovada por 57% da população, conforme pesquisa do PoderData de 11/11/2021.
Há muito tempo Bolsonaro desdenha, despreza e não possui compromisso ou sensibilidade com as minorias políticas e sociais. E não vamos permitir que a população seja enganada com um projeto que busca única e exclusivamente fins eleitoreiros.
O que Bolsonaro pretende com esse “cheque em branco” é se perpetuar no poder e manter a maior onda de destruição e de corrupção que o país já viu e que tem entre os líderes seus familiares e amigos. E isso nós não vamos permitir.
Fascistas, golpistas não passarão!
Fora Bolsonaro!