Em memória de Ajuricaba
Em memória de Ajuricaba, que significa “abelha feroz” e indica uma pessoa que não tolera a inércia.
Publicado 11/09/2007 16:20
O Brasil é um país extraordinário sob todos os aspectos. A natureza nos deu terras férteis, água em abundância, florestas exuberantes, minérios à vontade e a maior biodiversidade do planeta. E aqui se formou, fruto do cruzamento de “índios”, europeus, africanos e asiáticos, um povo igualmente extraordinário: o povo brasileiro.
Esse povo, cuja jornada de trabalho é uma das maiores do mundo, construiu uma economia diversificada e auto-suficiente em setores estratégicos, como energia, petróleo e alimentos. Colocou o país entre as 10 maiores economias do planeta.
Nossa caminhada não foi fácil. Aos obstáculos naturais se somaram as traições, a covardia, o entreguismo e a falta de compromisso de muitos com a construção de uma nação soberana, na medida em que sempre se comportaram como “garoto de recado” das potências estrangeiras.
Se o desenvolvimento nacional foi difícil, mais crítico ainda foi o da Amazônia como um todo e o do Amazonas em particular. Sem contar com investimentos privados e dispondo apenas dos escassos recursos públicos, o Amazonas viveu boa parte de sua economia exclusivamente do extrativismo. Com o advento da Zona Franca de Manaus nós ingressamos direto na era industrial. Saltamos da coleta de castanha para a TV de plasma, o que vai nos obrigar a dar “dois passos atrás” para desenvolver uma base econômica agrícola.
Mesmo assim o Amazonas se agigantou. O nosso parque fabril ostenta produtividade de fazer inveja as suas matrizes estrangeiras. O nosso gás, que quase foi entregue aos americanos, finalmente vai se converter em energia. Em médio prazo seremos auto-suficientes em alimentos e já somos exportador de pescado. As nossas frutas entraram definitivamente na pauta mundial. Tudo isso com 98% de preservação ambiental.
Neste momento, quando comemoramos a semana da pátria, é oportuno destacar a contribuição de nossos antepassados, especialmente do líder dos manaós, o cacique Ajuricaba, que preferiu a morte à escravidão, sustentando que “esta terra tem dono”.