Curitiba precisa de uma vereadora comunista!

É hora de continuar o combate para fortalecer nosso projeto democrático, unir as mulheres e todo o povo, reconstruir nosso país, apoiando as medidas de avanço do governo Lula e apostando nas mudanças em nossa cidade

A cidade de Curitiba, capital do Paraná, é uma bela cidade.  No entanto, é profundamente desigual. Curitiba, conhecida com diversos slogans como “Capital social”, “Cidade modelo”, “Cidade Sorriso”, utilizados com fins de propaganda da cidade. Realmente, a cidade possui belos parques, bosques e outros atrativos (também arquitetônicos) ao longo da cidade que encantam quem os visita. Contudo, impossível fechar os olhos para numerosos problemas, sejam ambientais, de moradia, de segregação social. Em bairros considerados nobres, há  pavimento asfáltico, belas casas, edifícios enormes; na periferia, a falta de saneamento básico, a iluminação deficitária, ruas sem asfalto, moradias precárias pela ausência de infraestrutura. Notadamente quando a chuva é intensa, com frequência deixa ao desabrigo centenas de famílias curitibanas, denotando que a exclusão é territorial, ou seja, há uma divisão notória entre pobres e ricos, tendendo a serem ainda mais precárias se comparadas com três elementos: espaço territorial, gênero e raça.

Ainda apresenta, como em todo o país, o distanciamento da parcela feminina dos lugares em que são tomadas as decisões em prol da democracia. Nosso país ocupa ainda a lista dos parlamentos com menos mulheres no mundo, e aquelas que persistem na esfera política são confrontadas pela violência de gênero e manifestações machistas de autoritarismo contra a voz das mulheres.

Nossa cidade abriga 1.773.733 habitantes, representando um aumento de 1,25% em comparação com os números do Censo de 2010. As mulheres são a maioria, constituindo 52% da população. Curitiba é a oitava capital do Brasil em população, a maior da Região Sul, o principal polo econômico do Paraná e um dos mais importantes do sul do país.

A capital paranaense foi fundada em 1693, a partir de um pequeno povoado bandeirante. No entanto, já habitavam essas terras os povos originários de diversas etnias com cultura e tradições próprias.

As mulheres em Curitiba, hoje, além de serem maioria na população, também representam a maioria do eleitorado da capital paranaense. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do universo de 1.289.215 eleitores(as) da capital, elas são 53,83% do eleitorado, ou seja, um total de 693.964 eleitoras. Porém, a essa maioria de eleitoras não corresponde uma presença numericamente significativa nos postos de decisão parlamentares. Na Câmara Municipal, de um total de 38 vagas, somente sete são ocupadas por mulheres, o equivalente a 20%, isto é, um percentual de menos da metade daquele das eleitoras. É preciso que essa realidade mude, que a cidade de Curitiba possa se tornar referência ao menos no quesito da representação politica, elegendo bem mais mulheres para Câmara de Vereadores(as).

Curitiba já teve uma vereadora Comunista

A primeira e, até hoje, única vereadora comunista eleita na cidade de Curitiba, com apenas 21 anos de idade, no ano de 1947, 254 anos depois da instalação da Câmara de Vereadores/as, foi a pioneira Maria Olympia Carneiro Mochel. Ela, operária, professora formada pela extinta Escola Normal, foi eleita por voto direto pelo Partido Social Trabalhista (PST), em 1947, para uma das 20 cadeiras que o Legislativo tinha naquela época. Olympia, filiada ao Partido Comunista do Brasil, teve que concorrer pelo PST porque o PCdoB, havia sido colocado na ilegalidade pelo governo do general Dutra. Maria Olympia nasceu em 9 de janeiro de 1926, trabalhava na extinta Fábrica de Viaturas Hipomóveis de Curitiba, tendo sido demitida por questionar o modelo de produção e as más condições de trabalho. o que a levou a ocupar essa primeira cadeira parlamentar em Curitiba, combatendo o conservadorismo da cidade. Ela destacou-se por seus posicionamentos em defesa da soberania e de propostas para atendimento às famílias dos bairros mais vulneráveis de Curitiba (https://dev.vermelho.org.br/coluna/maria-olympia-uma-vereadora-comunista-curitiba/).

Curitiba precisa ter novamente no parlamento uma vereadora comunista

A capital do estado do Paraná tem maioria de mulheres e consequentemente a maioria do eleitorado. Entretanto, há que romper com a lamentável desigualdade histórica, herança patriarcal, na representação de poder em nosso país e em nossa cidade. O Brasil está na 142ª posição no mundo quanto à participação das mulheres no parlamento e Curitiba apresenta essa vergonhosa subrepresentação das mulheres nesses espaços de decisão, além dos cortes de classe social e raça/etnia.  

Nosso partido, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), apresenta este ano uma pré-candidatura com capacidade política, empatia, preparo e combatividade para assumir uma cadeira no legislativo local e bem expressar as posições e propostas concretas de nossa legenda no sentido dos efetivos interesses populares. Será necessário um esforço de todas/os para que a luta das mulheres por igualdade e maior espaço na cena política alcance sucesso eleitoral para ocupação de uma cadeira, já que a reforma política no Brasil continua inconclusa favorecendo os grupos econômicos, o patrimonialismo e os homens brancos.

O PCdoB combate esse sistema que produz as desigualdades sociais, impostas pelo capitalismo e pelo patriarcado, expressão maior na cultura machista e no racismo estrutural. O Partido está dando um passo importante para a consolidação de uma nova rede de lutas feministas e para a construção de novas candidaturas de mulheres para as eleições de 2024, através do projeto “Caravana Mulheres pelo Brasil – Por um país com equidade e mais mulheres na política.” Essa proposta, referencia-se na luta histórica do Partido, de luta pela emancipação das mulheres e de toda a sociedade, em que a luta feminista deve se dar em todos os setores de nossa sociedade, seja em movimentos sociais, na educação, na na luta sindical, na luta de ideias, e nas grandes batalhas das eleições. É hora de continuar o combate para fortalecer nosso projeto democrático, unir as mulheres e todo o povo, reconstruir nosso país, apoiando as medidas de avanço do governo Lula e apostando nas mudanças em nossa cidade.

A disputa eleitoral será acirrada e difícil, mas as/os comunistas são como madeira de lei que cupim não rói e enfrentarão essa batalha, buscando eleger nossa pré-candidata na cidade de Curitiba, – Amabile Marchi, também empenhando-se para eleger as pré-candidatas das demais cidades do Estado, algumas já definidas: Wanda (Londrina), Thais Santos (Ponta Grossa), Mazé (Foz do Iguaçu), Camila (Paranaguá), Tatiana (Pontal do Paraná), Verinha (Pato Branco), Jana (Telêmaco Borba), bem como da pré-candidatura majoritária da Federação Brasil Esperança, contribuindo dessa forma para a construção de um projeto democrático e popular para nossa cidade onde as mulheres e todo povo possam ter acesso às políticas públicas e exercerem seus direitos.

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