Cupins, oráculos??

O misticismo nos acompanha. Está escrito e nada mudará. Já foi visto pelos grandes profetas, nós é que não soubemos interpretar. De Delphos a Nostradamus, nada é segredo.

Nostradamus

Prever o futuro, fascínio das civilizações. Conhecer o que virá, ter claro o que acontecerá, sempre foi o desejo da humanidade. E nesse caminho se recorre aos oráculos, eles sabem tudo, eles dizem tudo.

O misticismo nos acompanha. Está escrito e nada mudará. Já foi visto pelos grandes profetas, nós é que não soubemos interpretar. De Delphos a Nostradamus, nada é segredo. Verdade que a leitura sempre é posterior ao fato e, portanto, a interpretação “muito clara”.

Nos dias atuais temos oráculos. Economistas, bem vestidos e com empáfia. Eles têm certeza de tudo, o que virá será como predizem, não há dúvida. Até se dizem cientistas com verdades inquestionáveis.

Pena que constantemente, quase sempre, sejam contraditados. As evidências não se confirmam. Mas, continuam com credibilidade, com ampla divulgação pelos meios de comunicação.

Estou formando opinião. Ainda não tenho certeza. Mas, as evidências têm apontado. Gostaria de compartilhar. Novos oráculos parecem se consolidar.

Em 2012 conseguimos comprar um apartamento dos nossos sonhos. Em andar alto, com bela vista, rua sossegada nos fins de semana e junto a um agradável parque com uma mata adorável.

Os pequenos defeitos contornáveis. A sala semi-poente e quente no alto verão, amenizada pelos quartos frescos e ventilados. Dá para fugir.

Não sabíamos de um detalhe. Teríamos companhia. Voadores ou subindo até pela alvenaria, cupins se fazem presentes. De tempo em tempo se manifestam e trazem problemas. Mesmo fazendo dedetizações de seis em seis meses não nos abandonam.

Agosto de 2016. Viajamos para São Paulo. Pedimos à filha que dê uma olhada e coloque água nas plantas. Um telefonema desesperado. O pórtico que segurava as cortinas da sala desmoronou. Uma enorme colônia dos insetos detectada. Providências são tomadas e o problema contornado. Véspera da cassação da Presidente e início dos anos de trevas que tivemos de viver.

Dezembro de 2018. Sentado em minha poltrona vejo um enxame dos bichinhos saírem debaixo de um móvel e baterem asas. Subiram pelo pilar de alvenaria e se apossaram da parede de minha casa onde havia uma entrada da antena televisiva.

A revoada é grande, a sala fica cheia de voadores. Perdemos um armário e temos que reformar outros dois móveis. Um pouco desesperador. Iriam se iniciar os anos de maior negacionismo da história brasileira, anos tristes de exclusão e de retrocessos.

Passou o carnaval. Fim de fevereiro de 2020. Na laje que nos separa do andar de cima, uma nova invasão. A cozinha de grife que tínhamos herdado do morador anterior se deteriora. Precisamos fazer uma nova. É anunciado o início da pandemia que nos levou a anos de isolamento e retirou tantas vidas de brasileiros.

24 de agosto de 2024. Um sábado calmo para iniciar o fim de semana. Tomamos café e vamos à sala.

Ao lado do quadro que tanto gostamos de André Nóbrega, uns pontinhos pretos. Uma divisória de madeira que sapara a sala do escritório parece estar danificada. Verificamos. Uma enorme casa dos pequenos animais se instalou no vão. A madeira ficou oca e um limpar mais enérgico faz com que um buraco se abrisse. A parede virou quase papel, consumida pelos invasores.

Tomaremos as providências para restaurar. Problema que tem solução. Mas, preocupo-me com o que os sinais podem indicar, como interpretar?

Com certeza não é um aviso de que poderemos ter a taxa de impostos mais alta do mundo devido á irresponsabilidade do Parlamento que está sempre atendendo aos interesses dos grandes grupos e dos lobistas econômicos.

Nem tampouco um anúncio de que teremos eleições sujas permeadas por desinformação difundida através das novas mídias, dos meios obscuros de uso da internet. Disso todos nós sabemos.

Será previsão do quê? O que estará sendo anunciado? Esse é o enigma que urgentemente precisa ser decifrar. Se há algo que possamos fazer para evitar nova catástrofe.

Os cupins serão realmente oráculos? Eles realmente predizem tempos de sofrimento ou calamidades? Começo a ficar muito preocupado.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho
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