Campanha eleitoral para além da paróquia 

É possível circunscrever o debate eleitoral  aos problemas locais e abstrair, em certa medida, a questão nacional? 

Entregas do governo Lula fazem parte das campanhas municipais que estão nacionalizadas. Foto: Ricardo Stucker

O tema é recorrente. Principalmente nas capitais e cidades médias e grandes em que a cena política ganha um traço de complexidade. 

É possível circunscrever o debate eleitoral  aos problemas locais e abstrair, em certa medida, a questão nacional? 

Num contorcionismo escapista, talvez; e em circunstância muito específica para que dê certo. 

A própria polarização em boa medida decorrente da ascensão da extrema direita no país impõe o cruzamento dos problemas locais com os nacionais.

Às forças do campo popular e democrático, uma necessidade. 

Não apenas para vencer o pleito local, mas para fazer com que a possível vitória some em favor de uma melhor correlação de forças, hoje tão complexa e frequentemente adversa na qual opera o governo Lula. 

Em cidades em que a extrema direita e as forças conservadoras partem em franca desvantagem — o Recife é um exemplo — há quem argumente que a “nacionalização” da disputa é tão somente do interesse da direita. 

Errado. 

Até porque questões nodais da vida na cidade se relacionam com um lastreamento financeiro das soluções propostas — num país em que o valor arrecadado em tributos, estimado em 196 bilhões de reais este ano, cerca de 58% ficam com a união federal, 25% com os estados e apenas 16% com os municípios.

Isto precisa ser abordado sob a ótica das relações entre os três entes federativos. 

Assim, um subproduto inarredável da disputa pelo voto há que ser a elevação do nível de consciência política da população. 

Aos partidos da federação Brasil da Esperança (PT-PCdoB-PV) cabe uma responsabilidade especial nisso. Para vencer a peleja imediata e respaldar a tarefa da reconstrução nacional na qual está empenhado o governo Lula.

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