Ataque ao 13º salário
Na década de 40 Friedrich Hayek e sua confraria de Mont Pelerin assentaram as bases do que mais tarde seria conhecido como “política neoliberal”, cujos fundamentos foram expressos no livro “Caminho da Servidão”.
Publicado 02/10/2007 19:01
A supressão do estado da economia, a intransigência com os movimentos grevistas, a supressão dos direitos sociais e trabalhistas, demissões em massa como forma de criar um “exército de reserva” de mão de obra e a privatização em larga escala estavam entre as principais diretivas da teoria de Hayek.
Eram idéias anti-povo, que jamais poderiam ser aplicadas enquanto o socialismo florescia precisamente por defender a expansão desses benefícios que o neoliberalismo intentava suprimir.
Assim, as teses de Hayek ficaram na “geladeira” por longas décadas. Quando, entretanto, a experiência socialista da União Soviética entrou em colapso, elas vieram à tona com todo o furor de um longo represamento.
Estados nacionais viraram meros joguetes no cenário econômico mundial, a repressão se abateu de forma violenta contra os trabalhadores, os direitos sociais e trabalhistas foram duramente atingidos, as demissões se aprofundaram e bilhões em patrimônio público foram criminosamente suprimidos dos estados e repassados a preços aviltados para a iniciativa privada, especialmente estrangeira, como foi o caso da água aqui no Amazonas. Nacionalmente foram embora dezenas de empresas e estava em vias de privatização energia, bancos e Petrobras.
Com a posse de Lula em 2003 esse projeto foi parcialmente interrompido, mas não totalmente paralisado. Não se reviu às privatizações criminosas e os direitos sociais e trabalhistas continuaram na alça de mira.
Agora mesmo, por exemplo, acaba de ser aprovado nas comissões técnicas do congresso nacional um projeto de lei que elimina o 13º salário dos trabalhadores. É hora, portanto, de retomar as ruas, demonstrando que a esquerda não luta contra pessoas ou coisas, mas sim contra idéias e causas atrasadas.
Não passará.