As boas idéias de Roosevelt

O presidente Franklin Roosevelt havia sido reeleito em 1936 de forma consagradora, depois do seu primeiro mandato quando enfrentou a crise econômica e o desalento político com os famosos “códigos” para reorganizar a sociedade e relançar a economia.

A composição do Congresso dos EUA passou a refletir o prestígio e a relevância dos democratas e do presidente: no Senado, 17 republicanos e 75 democratas; na Câmara, 89 republicanos e 333 democratas. Além dos membros destes dois partidos, havia quatro senadores e 13 deputados socialistas.

A economia, depois de estancada a crise de 1929 havia se recuperado, mas patinava e iria entrar novamente em recessão até 1938. Eram urgentes medidas mais fortes para enfrentar a crise e fortalecer economicamente o país.

E então, em outubro de 1938, com este objetivo, Roosevelt propõe e o Congresso aprova o Fair Labor Standards Act (Lei dos Padrões de Trabalho Decente), também chamada Lei Nacional do Salário e da Jornada de Trabalho.
Quero resumir as três principais medidas desta lei:

1. Em 1938, ao ser criado, o salário mínimo seria de 25 centavos do dólar a hora; em 1939, 30 centavos, o que duraria até 1945; a partir daí, o salário mínimo valeria 40 centavos de dólar por hora trabalhada.
(para se ter uma idéia: ele foi reajustado em 1949 para 75 centavos e em 1955 para 1 dólar; vale hoje 5,15 dólares.)

2. Em 1939, a jornada semanal de trabalho seria, no máximo, de 44 horas; em 1940, 42 horas e daí por diante, 40 horas.
(hoje em dia a jornada semanal real na indústria estadunidense é um pouco superior às 40 horas.)

3. Proibia a contratação de menores de 16 anos e a de menores de 18 anos em trabalho perigosos.

Para relançar a economia e sustentar o crescimento, as decisões de Roosevelt e dos democratas (e socialistas) foram aumentar salários, reduzir jornadas e combater o trabalho infantil.

Boas idéias para serem postas em prática, hoje, no Brasil.