A redução da jornada e o diversionismo

Como são difíceis as coisas! No domingo passado, dia 17 de fevereiro, a Folha de S.Paulo em matéria assinada pelo jornalista Pedro Soares, do Rio de Janeiro, mancheteou na capa do caderno Dinheiro que “jornada de trabalho cai 1 hora desde 2003”.

É que o número total de horas trabalhadas semanais passou de 41,3 horas, em 2003, para 40,4 horas semanais na média, em 2007, com uma diferença para menos, de 54 minutos, segundo pesquisas do IBGE.


 


Ficou, portanto, demonstrado o caráter pró-cíclico da redução da jornada. Em uma conjuntura de desenvolvimento econômico sustentado pelo consumo das famílias, pela produção de bens-de-capital, com emprego e produtividade em alta e com distribuição de renda, a redução da jornada é favorável ao quadro positivo.


 



Acompanhando os números das pesquisas, outras constatações afloram, como por exemplo, a de que a jornada média da região metropolitana do Rio de Janeiro é a maior do país, com 41,1 horas e a de Belo Horizonte a menor, com 38,7 horas.


 



Estes aspectos (e outros) retratados nas pesquisas devem ser relacionados com os mais diferentes fatores e não obscurecem o fundamento das coisas: os efeitos positivos da conjugação de crescimento com redução da jornada.


 



Não tem, portanto, nenhuma graça, a não ser a graça do diversionismo, o estardalhaço com que a Folha on line provocou a estéril e histérica polêmica sobre quem trabalha mais, o carioca ou o paulista. Ambos merecem, como todos os trabalhadores, trabalhar ainda menos.

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