A emoção e o voto
As redes sociais são importantes em campanhas, mas o voto se conquista com engajamento direto, criando laços de confiança, solidariedade e ação coletiva.
Publicado 12/09/2024 14:35
As redes sociais são fundamentais hoje numa campanha eleitoral?
Sim.
Possibilitam, a baixo custo e com imensa audiência, que cada candidato ou candidata se faça melhor conhecer pelos eleitores e apresente suas propostas e compromissos.
No caso das candidaturas à Câmara Municipal, que aparecem pouquíssimas vezes na TV, a comunicação pela internet é ainda mais necessária.
Mas não cabem conclusões equivocadas.
Por exemplo, que o alcance da comunicação — quando bem feita — resolve a conquista do voto.
Jamais!
Salvo no caso particular de nomes públicos previamente muito conhecidos e de consolidada audiência.
Ocorre que mesmo para estes e especialmente para candidatos e candidatas com a possibilidade de conquistar votos suficientes para se eleger, depende da existência e do fortalecimento de uma espécie de núcleo duro de adeptos da candidatura.
Sempre cito minha própria experiência.
Quando da última vez em que me elegi deputado estadual obtive mais de 40 mil votos, cuja ampla maioria, obviamente, é constituida de eleitores que não conheço pessoalmente e jamais conhecerei.
Para que essa votação fosse obtida, pelo menos uns 1000, ou um pouco mais, adeptos da candidatura se empenharam em pedir votos.
Esse núcleo duro de apoiadores é uma conquista obtida no transcurso da vida e também através do contato direto, olhos nos olhos, durante a campanha.
Por exemplo, faço muita fé na reeleição de nossa vereadora Cida Pedrosa 65113, no Recife.
Cida com certeza conta com parcela expressiva de apoiadores dentre as pessoas que com ela têm convivido ao longo de sua trajetória como advogada de trabalhadores, militante ativa pelos Direitos Humanos, vice-presidente da autarquia de saneamento do Recife, secretária Municipal de Meio Ambiente e secretária da Mulher.
Mais ainda, expressivo elenco de lideranças e ativistas vinculados ao mundo da cultura, da luta das comunidades periféricas, dos Direitos Humanos, da reforma urbana e bandeiras de lutas correlatas que com a vereadora têm mantido estreito contato no exercício da atual mandato.
Mas faço fé na reeleição de Cida 65113 precisamente porque a campanha que ora desenvolvemos tem parte fundamental das energias dedicadas ao diálogo “presencial” com as pessoas, e não apenas pelo WhatsApp e redes.
Então, o núcleo duro dessa candidatura, que se fortalece a cada dia, é marcado por relações de consciência, solidariedade mútua e afeto.
Esse conceito deveria ser uma diretriz para todas as candidaturas situadas no campo popular e progressista.
Neste complexo momento da vida política do país, mais do que nunca é preciso juntar gente, debater, esclarecer e motivar para a ação — para agora, quando o objetivo imediato é o voto; e para depois, quando será preciso ampliar no seio do povo a resistência à ameaça neofascista.