20 palpites aleatórios sobre a Copa do Mundo

Vai ter Copa. Ainda bem. O torneio mais legal do esporte está muito perto de começar. Tem gente que preferia investimento em outras coisas, mas, para quem gosta de futebol, não dá para pedir uma competição com mais emoção e relevância histórica. São 30 dias que criam mitos, fabricam vilões e mobilizam o mundo. Para entrar no clima do Mundial, aí estão 20 palpites aleatórios sobre o que pode acontecer na competição mais importante do planeta.

Os estádios estarão lotados. O país do futebol receberá os melhores jogadores do mundo. É claro que as arenas estarão cheias.

Terão pelo menos três frangos de goleiros africanos. Pode checar, não tem nenhum goleiro convocado que joga em time sequer de meio escalão do mundo.

Argentina e Irã será a maior goleada da Copa. Hermanos carimbam a vaga no mata-mata com uma goleada sobre o Irã na segunda partida. É o jogo para o Messi espantar a zica.

Um holandês desconhecido irá para time grande da Europa. Em todo torneio de seleções tem um Van Der Wiel da vida que joga chama atenção e sai da Holanda para uma potência europeia.

Van Gaal levará (pelo menos) um holandês para o Manchester United. O Manchester já confirmou o novo técnico e deu carta branca e um bom orçamento para contratações. Há alguma dúvida que ele levará algum conterrâneo? É só lembrar quando o técnico assumiu o Barcelona e montou uma legião holandesa, com Patrick Kluivert, Phillip Cocu, Boudewijn Zenden e Winston Bogarde, entre outro. Rivaldo lamenta até hoje.

Willian será titular até o fim da Copa. Não dá para saber no lugar de quem (Oscar? Hulk?), mas o meia do Chelsea deve cavar um espaço no time. Sua trajetória tem sido fulminante no time de Felipão. Até o ano passado não havia sido chamado. Ele ainda não foi titular. No entanto, o treinador mostra sinais de que gosta cada vez mais do estilo do ex-corintiano. É um meia habilidoso, que raramente perde a bola, passa bem e consegue jogar em qualquer lugar posição da linha de três atrás de Fred. É bom que os titulares se cuidem, pois Willian vem com tudo.

A Argélia não marcará gol. O único nome "famoso" do ataque argelino é Feghouli, do Valencia, que não chega a ser um primor na finalização.

Costa do Marfim será a melhor seleção africana da Copa. O grupo com Colômbia, Grécia e Japão é bem "classificável". A outra equipe da África com chances de passar é a Nigéria, na mesma chave de Argentina, Bósnia e Irã. O que pesa a favor dos marfinenses é a dupla Yaya Touré, um dos cinco melhores meio-campistas do mundo (se não for o melhor) e Didier Drogba, centroavante que dispensa comentários. Nas oitavas, o time da dupla pega quem passar entre Inglaterra, Uruguai, Itália e Costa Rica. Quartas de final é um sonho mais distante, mas passar da primeira fase é um objetivo bastante palpável.

Júlio César fará uma grande Copa. Isso mesmo, será a redenção do goleiro do Toronto FC, que foi peça fundamental para levar o Brasil à Copa de 2010 (Dunga que o diga), mas acabou saindo como vilão.

Não haverá nenhum lance para a Fifa testar o chip na linha do gol. Ainda bem, porque a chance de dar um problema é grande.

Van Persie não fará mais que dois gols. Robin Van Persie é o típico centroavante que faz três golaços incríveis contra o Southampton e desaparece nas quartas de final de uma Champions League. Sempre achei ele pipoqueiro. E os números dizem exatamente isso. Com 43 gols, ele é o maior artilheiro da história da seleção holandesa. Só que, quando é hora de decisão, ele não marca. O atacante é titular da Holanda desde a Copa de 2006. Desde então, ele participou de 18 jogos de Mundial ou Eurocopa. Foram apenas quatro gols – contra Romênia, França, Camarões e Alemanha -, nenhum deles em um jogo de mata-mata. O limite é dois gols porque tem um jogo contra a Costa Rica, do jeito que Van Persie gosta.

A França terá um Mundial acima das expectativa. Que não é alta, diga-se de passagem. Os franceses fizeram papelão em 2010 e precisaram da repescagem para chegar a este Mundial. Após fazer muitos testes, o técnico Didier Deschamps parece ter encontrado um time. Ele finalmente encontrou um meio de campo, com Cabaye de cabeça de área e os volante Matuidi e Pogba à frente dele. A dupla ataca e defende bem, com estilo de aparecer de surpresa na frente. Apesar do corte de Ribéry – que vai fazer muita falta -, dá para alcançar as quartas (e quem sabe surpreender a Alemanha?).

Neymar será o artilheiro do Brasil. Além de ser o melhor do elenco tecnicamente, é quem bate faltas e pênaltis, é o dono do time. Seu rival na disputa é Fred. Hulk corre por fora.

O Uruguai passará da primeira fase. O que significa que Itália ou Inglaterra não avança. O obstáculo desse prognóstico é a questão de Luis Suárez, que se recupera de cirurgia no menisco. Com ele em campo, os sul-americanos têm a segunda melhor dupla de ataque da Copa (Suárez e Cavani só ficam atrás de Messi e Higuaín/Aguero). É verdade que o resto do time é meia boca, mas são atletas aguerridos que vão jogar em função dos dois da frente. A questão é que nenhum dos rivais europeus inspira muita confiança. A Inglaterra é basicamente um Liverpool que troca Suárez por Rooney na frente. Além disso, há o histórico de fracassos britânicos em Copas. Já a Itália é aquela história dos últimos anos: não tem um time tão talentoso, mas é organizado e bem montado. O problema mesmo são os jogadores mais ou menos que cercam Pirlo e Balotelli. Por exemplo, a dupla de ataque do atacante do Milan é Cassano, que apareceu há quase 10 anos para o futebol e nunca vingou. E tem também a questão do clima que tanto preocupa os europeus. Não sei qual, mas um dos dois fica na primeira fase.

A Suíça cairá nas oitavas com a melhor defesa do torneio. Nas eliminatórias, foram seis gols sofridos em 10 jogos e classificação em primeiro. Na Copa de 2010, apenas um e eliminação na primeira fase. Na de 2006, queda nas oitavas sem ser vazada. A retranca é instituição nas categorias de base do país.

A Bélgica será a surpresa. Quando o assunto é a seleção belga, geralmente a opinião é um extremo. Tem aqueles que veem a geração liderada por Eden Hazard como uma das melhores da Europa, que fez grande eliminatória e tem jogadores em grandes potências da Europa. E há os do outro lado, que não vê tradição na Bélgica e não acha os jovens capazes de fazer barulho. A verdade está em um meio termo dos dois argumentos. Mas, devido ao grupo tranquilo com Rússia, Argélia e Coreia do Sul, os belgas avançam bem. A aposta é que cheguem nas quartas.

Messi será o artilheiro. O argentino deve estar há tempos pensando só nessa Copa. Ele sabe que sua última Copa não foi das melhores e que precisa de um título mundial para entrar na conversa de "maior jogador de todos os tempos". Motivação não vai faltar. Irã, Bósnia e Nigéria que se cuidem.

A Alemanha não será campeã. O time alemão é provavelmente o mais talentoso e entrosado. A base é o Bayern de Munique, talvez o melhor time do mundo. E a atual geração mescla jogadores no auge (como Schweinsteiger, Lahm e Neuer) e jovens que lá são realidade no futebol mundial (Marco Reus, Thomas Muller e Mario Gotze, entre eles). É o palpite seguro no bolão. Mas acho que eles tropeçam em algum lugar do caminho. Foi assim na Copa de 2010 e na Euro 2008 contra a Espanha e na Euro 2012 contra a Itália. No Mundial basta um jogo ruim para acabar tudo. Prevejo um desses no caminho germânico.

O título fica entre Espanha, Argentina e Brasil. As três seleções têm potencial para desastre. A conquista da Copa das Confederações mascarou alguns problemas da Seleção e jogou a confiança lá em cima. Na goleada sobre o fraco Panamá, foi difícil criar qualquer coisa até que Neymar arrancou, sofreu falta, bateu e marcou. Daí em diante ficou fácil. Também tem o lado da torcida, que pode ser muito boa para apoiar, mas, ao mesmo tempo, pode pressionar se o jogo não estiver como o esperado. A Espanha tem a mesma base campeã do mundo em 2010, o que é bom (por ter experiência e qualidade garantida) e ruim (pelo envelhecimento). E a Argentina tem o quarteto ofensivo fantástico com Messi, Di María, Aguero e Higuaín. O problema é que daí para trás o time é bem medíocre. Ainda que existam falhas evidentes, as três seleções têm potencial para encaixar e ir até o título. Os motivos são diferentes – no Brasil, o conjunto e a força de jogar em casa; na Argentina, o ataque fulminante; na Espanha, a experiência, o entrosamento e a qualidade do elenco -, mas há possibilidade para as três.

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