Lula encerra G20 e passa presidência à África do Sul

O presidente brasileiro fez um balanço do resultado de um trabalho que envolveu, em 2024, mais de 140 reuniões em 15 cidades brasileiras

Nova foto oficial do G20 feita nesta terça-feira (19). (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou nesta terça-feira (19), no Rio de Janeiro, os trabalhos da Cúpula do G20, grupo que reúne as maiores economias do planeta, com uma frase inspiradora do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela: “É fácil demolir e destruir; os heróis são aqueles que constroem.”.

“Vamos seguir construindo um mundo justo e um planeta sustentável. Muito obrigado”, completou Lula ao passar a presidência rotativa do G20 ao colega Cyril Ramaphosa, da África do Sul, que será sede, em 2025, do próximo evento.

Lula desejou a Ramaphosa todo sucesso na liderança do G20. “A África do Sul poderá contar com o Brasil para exercer uma presidência que vá além do que pudemos realizar.”

O presidente brasileiro fez um balanço do resultado de um trabalho que envolveu, em 2024, mais de 140 reuniões em 15 cidades brasileiras.

Ele considerou o evento como a penúltima era de uma sequência de quatro anos em que a liderança do G20 coube a países em desenvolvimento: Indonésia, Índia, Brasil e, agora, África do Sul.

Lula avaliou que esses países trouxeram para o grupo uma perspectiva mais humana, o que possibilitou a busca por medidas com impacto concreto sobre a vida das pessoas.

“Lançamos uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e iniciamos um debate inédito sobre a taxação de super-ricos. Colocamos a mudança do clima na agenda dos Ministérios de Finanças e Bancos Centrais e aprovamos o primeiro documento multilateral sobre bioeconomia”, destacou.

Governança global

Outro destaque foi a chamada por reformas que tornem a governança global mais efetiva e representativa e o diálogo com a sociedade por meio do G20 Social.

“Lançamos um roteiro para tornar os bancos multilaterais de desenvolvimento melhores, maiores e mais eficazes e demos voz aos países africanos na discussão sobre o endividamento. Instalamos o Grupo de Trabalho sobre Empoderamento das Mulheres e propusemos um décimo oitavo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável para promover a igualdade racial”, disse.

No campo da sustentabilidade, Lula disse que foram definidos “princípios-chave sobre comércio e desenvolvimento sustentável e adotado o compromisso de triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030”.

“Criamos uma Coalizão para a Produção Local e Regional de Vacinas e Medicamentos e decidimos expandir o financiamento para infraestruturas de água e saneamento. Sediamos eventos da Rodada de Investimentos da Organização Mundial da Saúde, por acreditar que mais recursos são necessários para uma resposta coletiva a novos e persistentes desafios sanitários”, disse

Inteligência Artificial

Lula destacou ainda a aprovação da “Estratégia para Promover a Cooperação em Inovação Aberta” contra assimetrias na produção científica e tecnológica. Assim, houve a decisão de estabelecer uma força tarefa sobre a governança da inteligência artificial no G20.

O presidente ressaltou ainda a declaração final do evento que voltou a ter consenso entre os países.  

“Voltamos a adotar declarações consensuais em quase todos os grupos de trabalho. Deixamos a lição de que, quanto maior for a interação entre as trilhas de sherpas e de finanças, maiores e mais significativos serão os resultados dos nossos trabalhos.

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