G20

G20: Aliança Global contra a Fome ganha força com apoio de novos países

Iniciativa liderada por Lula recebe adesão de 18 países e propõe tributação dos super-ricos para financiar a segurança alimentar e a redução da pobreza mundial

Foto: Roberta Aline / MDS

A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, proposta pelo presidente Lula (PT) no âmbito do G20, já conta com a adesão formal de 18 países, além da União Africana e da União Europeia. Nesta quinta-feira (7), a Noruega se uniu ao grupo, com um aporte inicial de US$ 1 milhão. “Estamos comprometidos em colaborar com a Aliança Global, apoiando financeiramente a mobilização de recursos nacionais e internacionais para promover a segurança alimentar”, disse a ministra do Desenvolvimento Internacional da Noruega, Anne Beathe Tvinnereim, ao oficializar o compromisso do país.

A adesão dos países ocorre por meio da apresentação e ratificação de Declarações de Compromisso. Além de Bangladesh e Alemanha, que já formalizaram seu envolvimento, outros 29 países aguardaram revisão em suas propostas de adesão. Em paralelo, a expectativa é que todos os países do G20 confirmem apoio durante a Cúpula de Líderes, que ocorrerá no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro.

Leia também: Biden confirma presença no G20 e adesão à aliança contra fome e pobreza

O G20 é composto por 19 países (África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia), além das Uniões Africana e Europeia. Juntas, essas nações são responsáveis ​​por cerca de 85% do PIB mundial, mais de 75% do comércio mundial e cerca de dois terços da população mundial. Sendo o principal fórum de cooperação econômica mundial.

Além dos países, a aliança atrai o compromisso de organismos multilaterais como o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a Câmara de Comércio Internacional e o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Fundação Rockefeller, dos EUA.

Como funciona a Aliança

Com planos de operação até 2030, a Aliança pretende atuar como um intermediário neutro, promovendo parcerias entre doadores e países em necessidade. Com uma plataforma de dados unificada, a iniciativa permite uma visão integrada das necessidades de cada país, simplificando a identificação de parceiros e o direcionamento de recursos.

Um dos objetivos é oferecer apoio em políticas de transferência de renda, programas de segurança alimentar e desenvolvimento sustentável. Essas estratégias visam não apenas aliviar a fome, mas também criar condições para o desenvolvimento econômico e social no longo prazo.

Leia também: Voz das favelas do Brasil chega ao G20 com pautas cruciais

A iniciativa permanece aberta a novos participantes, incluindo países, instituições e organismos internacionais que partilham os mesmos princípios de erradicação da fome e promoção do desenvolvimento sustentável. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), os objetivos são claros: garantir que as nações tenham recursos e conhecimento para implementar políticas comprovadamente eficazes na redução das desigualdades e na promoção da segurança alimentar. Até o momento, cerca de 66 países já manifestaram a intenção de aderir.

Taxação dos super-ricos

Uma inovação central na proposta brasileira é a criação de um imposto global de 2% sobre fortunas bilionárias. A ideia, que também será discutida durante a cúpula do G20, mira 3 mil super-ricos com patrimônio conjunto de US$ 15 trilhões. Essa arrecadação potencial, entre US$ 250 a 300 bilhões, seria direcionada para financiar políticas de combate à fome e à pobreza em países em desenvolvimento, criando uma ponte de solidariedade econômica entre nações ricas e regiões em vulnerabilidade.

Leia também: Líderes do parlamento do G20, o P20, debatem pobreza e mudanças climáticas

Segundo o relatório Estado da Segurança Alimentar e da Nutrição no Mundo (SOFI), da ONU, cerca de 733 milhões de pessoas sofrem de subnutrição, evidenciando a urgência de ações efetivas. Lula vê na tributação dos super-ricos uma forma de reduzir as desigualdades globais e promover uma redistribuição de recursos que beneficiam as populações mais vulneráveis.

Se bem-sucedida, a Aliança será um exemplo de que a cooperação internacional é capaz de enfrentar questões complexas com soluções práticas e sustentáveis, oferecendo um futuro melhor para milhões de pessoas.

__
com agências

Autor