Fundo Amazônia alcança recorde de R$ 882 milhões

O BNDES avalia que os investimentos só foram possíveis por causa da reconstrução do Plano de Ação para Combate ao Desmatamento na Amazônia (PPCDAm)

O Parque Nacional dos Campos Amazônicos localizado nos estados de Rondônia, Amazonas e Mato Grosso (Foto: ICMBio/Divulgação)

O Fundo Amazônia atingiu a marca de R$ 882 milhões em aprovação de projetos de desenvolvimento sustentável na região. Trata-se de um recorde comparado com os investimentos de R$ 553 milhões no ano passado.

De acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os dados são relativos aos dez primeiros meses deste ano.

O BNDES avalia que os investimentos só foram possíveis por causa da reconstrução do Plano de Ação para Combate ao Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), além da recomposição das estruturas operacionais e de governança do Fundo Amazônia.

No governo Bolsonaro toda essa estrutura foi desmontada e os países como Noruega e Alemanha, principais doadores, deixaram de destinar recursos para o programa.

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“Estamos com um nível de aprovação altíssimo, o maior da história do Fundo, com projetos em andamento, em contratação, e novos editais sendo lançado num forte ritmo”, destaca a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.

Para ela, esses números refletem o fortalecimento da “governança, a ampliação do impacto do Fundo Amazônia, com foco na proteção ambiental, bioeconomia e inclusão social na região amazônica”.

Entre os principais projetos, estão o Restaura Amazônia (R$ 450 milhões no Arco da Restauração), para restaurar floresta com captura de CO2, preservação da biodiversidade e geração de emprego e renda; Amazônia na Escola (R$ 332 milhões), que beneficia 140 mil produtores e 17 milhões de alunos; Sanear Amazônia (R$ 150 milhões),  para tecnologias sociais de acesso à água, beneficiando 4.600 famílias; além de atuação com os povos quilombolas e indígenas; e a atuação emergencial com os corpos de bombeiros.

Em nota, o BNDES diz que são 12 novos projetos contratados desde janeiro de 2023, totalizando mais de R$ 760 milhões.

No mesmo período, houve desembolso de R$ 123 milhões para 19 projetos. Desde o início das atividades, em 2008, mais de 650 organizações da sociedade civil acessaram os recursos do Fundo Amazônia.

“O BNDES está de parabéns pela capacidade de trabalho para que o dinheiro chegue na ponta e faça a mudança necessária”, disse o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco.

Ele destacou que os recursos são diretamente voltados à conservação, promoção do desenvolvimento sustentável, inclusão social, melhoria da qualidade de vida das populações que vivem na Amazônia.

“Isso é extremamente relevante porque permite a consolidação de um novo modelo de desenvolvimento econômico. Nós queremos não apenas acabar com o desmatamento pelo comando e controle, queremos transformar a realidade e essa transformação está sendo viabilizada por investimentos em projetos estruturantes, como foram apresentados pelo BNDES”, diz Capobianco.

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