EUA vão às urnas nesta terça (5) em disputa incerta e polarizada

Kamala Harris e Donald Trump chegam ao último dia de votação tecnicamente empatados em eleição vista como a mais acirrada da história dos Estados Unidos

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No último dia de eleição, os Estados Unidos vão às urnas nesta terça (5) para escolher entre a candidata democrata Kamala Harris e o candidato republicano, Donald Trump, na eleição mais polarizada da história do país. Pesquisas indicam um persistente empate técnico na disputa presidencial entre a atual vice-presidente e o ex-presidente.

Espera-se que a contagem em todos os 50 Estados seja cercada de contestações judiciais, pedidos de impugnação e validação de votos, desinformação e manifestações de grupos vinculados aos dois candidatos. 

Esse quadro se agrava em sete Estados-pêndulo – Pensilvânia, Wisconsin, Geórgia, Carolina do Norte, Nevada Arizona e Michigan -, que devem  efetivamente resolver a eleição e onde as pesquisas mostram empate técnico, com os candidatos se alternando na liderança numérica desde o início da campanha.

No último dia da eleição, a campanha de Kamala conta com 226 delegados, enquanto os republicanos contam com 219 –resultado da soma de estados onde a vitória de um ou de outro é praticamente certa. O que está em jogo agora são 93 delegados, distribuídos entre sete estados.

Para a vice-presidente, o caminho mais fácil é vencer em Michigan (15 delegados), Pensilvânia (19) e Wisconsin (10) –garantindo 1 delegado do Nebraska, um dos poucos estados que permite dividir seus votos no colégio eleitoral entre dois candidatos.

Até a tarde de segunda (4),  mais de 76 milhões de pessoas já haviam votado de forma antecipada. Delas, 41% se registraram como democratas e 39% como republicanos. Outros 20% não se declararam apoiadores de um partido ou não havia dados disponíveis, de acordo com levantamento da NBC News.

Em meio a todas as incertezas em torno das eleições, uma das poucas apostas que analistas se dão o luxo de fazer é que o republicano vai se declarar vencedor, independentemente da apuração.

Há um forte temor de distúrbios, como intimidação de eleitores e de funcionários trabalhando nos locais de votação. Caso Trump perca, é esperado que todo o período até 20 de janeiro, quando o novo presidente toma posse, seja conturbado.

A Pensilvânia, por exemplo, se tornou o terreno propício tanto para lutas legais sobre regras de votação, quanto para a disseminação de desinformação. O colégio eleitoral é classificado como decisivo no pleito deste ano.

Trump e seus apoiadores têm alegado que pesquisas partidárias e mercados de apostas indicam para uma “vitória esmagadora”, como disse recentemente seu principal defensor, Elon Musk. A expectativa ajuda a preparar o cenário para a descrença e indignação entre seus apoiadores, caso ele perca.

Em uma declaração, Dana Remus, uma das principais advogadas da campanha da vice-presidente Kamala Harris, disse: “Não é surpreendente que ele já esteja questionando os resultados de uma eleição ainda em andamento” e acrescentou: “Ele falhou quando tentou isso em 2020, e falhará novamente”.

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