Debate na Globo e Caminhada da Vitória encerrarão campanha de Boulos em São Paulo

Após o debate, transmitido ao vivo na TV Globo, caminhada fecha a campanha com presença de ministros de Lula como Haddad, Teixeira, Marinho e Padilha

Caminhada na Av. Paulista com Lula, Boulos e Marta, que encerrou a campanha no primeiro turno. Foto: Leandro Paiva/@leandropaivac

No próximo domingo (27), 51 municípios brasileiros, incluindo 15 capitais, vão às urnas para o segundo turno das eleições municipais. Em São Paulo, a maior cidade do país, a disputa permanece incerta entre o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), conforme este último apresenta crescimento nas pesquisas. A campanha tem sido marcada pela ausência de Nunes em debates e agendas de rua, enquanto Boulos intensificou sua presença nas ruas, participando de sabatinas e debates públicos.

Boulos aceitou participar até mesmo de uma sabatina organizada por Pablo Marçal (PRTB), candidato de extrema-direita derrotado no primeiro turno, em contraste com Nunes, que escalou seu vice, o coronel bolsonarista Mello Araújo, para criticar a proposta. A ausência de Nunes em quatro debates gerou críticas e acusações de covardia por parte de seus opositores.

O debate desta sexta será transmitido ao vivo, direto dos estúdios da Globo em São Paulo, logo após a novela ‘Mania de Você’, pela TV Globo e pela GloboNews, para São Paulo, e pelo g1, com acesso aberto para o público do país todo. Também haverá transmissão simultânea no Globoplay.

Nesta sexta-feira (25), a TV Globo realiza o último debate entre os candidatos, às 22h, com transmissão ao vivo para todo o Brasil. A mediação será feita pelo jornalista César Tralli, e o evento será dividido em quatro blocos de perguntas e respostas, abordando temas livres e determinados. As regras foram estabelecidas para garantir uma troca justa entre os candidatos, permitindo que ambos explorem os principais desafios da cidade.

Além da ausência nos debates, a campanha de Nunes tem sido marcada pelo apoio do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reforçando uma linha de continuidade com a gestão atual. Boulos, por sua vez, vem destacando o apoio de lideranças políticas como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Márcio França (Empreendedorismo), do PSB, consolidando uma “frente ampla” de oposição a Nunes.

Caminhada da Vitória

No último ato de campanha antes do segundo turno, Boulos deve participar de uma caminhada na Avenida Paulista na manhã do sábado (26), similar à realizada na véspera do primeiro turno. Inicialmente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria presente, mas, após um acidente doméstico, Lula cancelou sua ida a São Paulo. O presidente optou por celebrar seu aniversário de 79 anos em Brasília e deve participar de uma possível live em apoio a Boulos.

Segundo o ministro Paulo Teixeira, do Desenvolvimento Agrário, todos os ministros de São Paulo devem participar do ato, como Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, Luiz Marinho, do Trabalho, e Fernando Haddad, da Fazenda.

O evento de apoio a Boulos no Teatro Gazeta, na terça-feira (22), foi marcado pela presença de Alckmin e França, demonstrando a capacidade de Boulos em atrair lideranças políticas para sua candidatura. Alckmin, que já foi adversário de Boulos, reforçou a ideia de que a cidade deseja mudança, mencionando que 70% dos eleitores não votaram em Nunes no primeiro turno.

“É uma honra estar ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Márcio França, que não estiveram conosco no primeiro turno. Tinha uma candidatura do PSB, da Tabata Amaral, que eu recebi o apoio com muita alegria. Contar hoje neste evento com Geraldo Alckmin e Márcio França demonstra a ampliação do diálogo que a nossa candidatura tem feito com o conjunto dos setores”, afirmou Boulos.

A ausência de Lula em São Paulo também significa que o presidente não votará em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Enquanto isso, Boulos segue na reta final com uma campanha marcada pelo diálogo e pela busca por uma coalizão ampla para governar São Paulo.

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