Geórgia e Carolina do Norte dão início ao processo de votação nos EUA
Em alguns estados é permitido votar antes do dia oficial, tanto por correio quanto de forma presencial. Na Georgia, o primeiro dia de votação antecipada bateu recorde de votos
Publicado 16/10/2024 16:23
Dois estados decisivos deram início nesta semana ao processo de votação antecipado para presidente dos Estados Unidos. O estado sulista da Geórgia abriu as urnas nesta terça (15), enquanto a Carolina do Norte o fará nesta quinta (17).
Oficialmente, as eleições em todo o país começam daqui a três semanas, no dia 5 de novembro
Na Geórgia, a votação antecipada bateu recorde de eleitores, com o comparecimento de 328 mil pessoas às urnas no primeiro dia. O número surpreende, uma vez que o estado foi um dos locais onde o furacão Helene causou estragos importantes nas últimas semanas.
O recorde anterior na localidade, para o primeiro dia de votação antecipada, foi de 136 mil em 2020.
O estado também é cenário de um embate sobre as regras de apuração dos votos.No centro da controvérsia está a Junta Eleitoral do estado, composta majoritariamente por aliados de Donald Trump. A junta, formada por nomeações de parlamentares locais e do governador, vem propondo mudanças que afetam diretamente a eleição deste ano.
Em agosto, a junta permitiu que qualquer autoridade eleitoral municipal pudesse abrir investigações sobre o processo de votação. Além disso, esses responsáveis teriam o poder de recusar a certificação dos resultados, mesmo sem evidências concretas, baseando-se apenas em suspeitas.
Durante um comício em Atlanta, também em agosto, Trump elogiou os membros da junta que apoiaram as mudanças, chamando-os de “pitbulls lutando por honestidade, transparência e vitória”.
Ao Jornal Nacional, a professora Lori Ringhand, de Direito Constitucional na Universidade da Geórgia, alerta que alterar as regras tão perto da eleição pode gerar confusão e abalar a confiança dos eleitores. Segundo ela, “o risco é de que isso confunda os eleitores e mine a confiança nos resultados”.
Nesta terça, a Justiça derrubou as modificações propostas. O juiz responsável determinou que as autoridades eleitorais devem seguir os prazos estabelecidos por lei e que a recusa em certificar os resultados não será permitida sem um processo legal. Qualquer questionamento, afirmou, deverá ser tratado em tribunais, de maneira pública e transparente.
Em 2020, Donald Trump perdeu na Geórgia para Joe Biden. Após a derrota, alegou fraude sem provas e pressionou autoridades eleitorais do estado. Entre essas pressões, destaca-se a ligação feita por Trump para o Secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, na qual ele solicitou que fossem encontrados votos suficientes para reverter o resultado.
Trump declarou: “Só quero encontrar 11.780 votos – um a mais do que nós temos porque nós ganhamos a eleição no estado.” Raffensperger, no entanto, não atendeu ao pedido, e a vitória de Biden foi confirmada após duas recontagens.