Aliança Global contra a Fome já reúne 50 países sob a liderança brasileira
“Os organismos internacionais também participarão como é o caso do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Banco Mundial e outros”, disse o chanceler Mauro Vieira em entrevista à EBC
Publicado 09/10/2024 18:14 | Editado 11/10/2024 12:27
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que a Aliança Global contra a Fome será uma das maiores contribuições da presidência brasileira à frente do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo mais a União Africana e União Europeia.
Vieira destacou que o programa, a ser lançado nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de janeiro, durante a Cúpula de Líderes, já reúne a adesão de 50 países e outros organismos internacionais.
“Isso é mais que a composição do G20. Os organismos internacionais também participarão como é o caso do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), do Banco Mundial e outros. A questão da luta contra fome, pobreza e desigualdade no mundo será a grande contribuição do Brasil no G20”, disse o chanceler em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
O chanceler ressaltou que essa aliança é um projeto pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reúne não só os países que queiram contribuir financeiramente, mas também os que possuem programas na érea para servir como experiência.
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“Recentemente eu visitei Bangladesh que tem um programa de combate à fome muito bom e efetivo com características necessárias e pontos comuns com o nosso [programa]. Como eu disse: não terá só recursos financeiros, mas acesso ao conhecimento e será possível compartilhar as informações numa plataforma”, explicou Vieira.
Os assuntos prioritários estabelecidos pelo governo brasileiro são o combate à fome, pobreza e desigualdade, as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) e a reforma da governança global.
Ao longo do ano, estão sendo realizadas reuniões de trabalho em cidades-sede das cinco regiões do Brasil. A finalidade é descentralizar atividades, transformar o G20 num fórum mais representativo e preparar a Cúpula de Líderes.
O chanceler disse que o Brasil tem outras contribuições importantes e citou como exemplo o fundo internacional para socorrer os países no caso de uma pandemia semelhante a Covid-19.
“É uma grande iniciativa na área da saúde que está sendo capitaneada pela ministra Nísia Trindade (Saúde). Será feita uma chamada para contribuição com recursos para um fundo, promoção de medicamentos e mecanismo que possam combater pandemia como a que lamentavelmente tivemos”, disse.
O ministro afirmou que o G20 é um importante mecanismo de articulação e troca de informações entre países que não são só as maiores economias do mundo, mas também economia em desenvolvimento importante dos chamados países do Sul Global.
Repatriação
Vieira também falou sobre a operação para resgatar brasileiros no Líbano. “É uma operação de grande vulto. Será maior do que foi a operação na Palestina, na Faixa de Gaza, em Israel no ano passado, quando 1.560 pessoas, aproximadamente, foram resgatadas. Agora, as projeções e expectativas são maiores. Em torno de três mil pessoas estão em contato com a Embaixada do Brasil em Beirute”, explicou.
O ministro das Relações Exteriores disse que há um contato constante, um diálogo entre a embaixada e a comunidade brasileira.
“Um sistema de contato por e-mail, WhatsApp, grupos que reúnem os brasileiros na região. São cerca de 20 mil brasileiros que vivem em Beirute, arredores de outras cidades do Líbano e um número grande manifestou interesse em voltar”, detalhou.