Conselho de Segurança da ONU não traz lampejo para a paz no Oriente Médio
Reunião emergencial do Conselho foi marcada por acusações. Secretário-geral da ONU faz apelo por cessar-fogo depois de ser declarado persona non grata por Israel
Publicado 02/10/2024 16:36 | Editado 03/10/2024 13:31
O Conselho de Segurança de Organização das Nações Unidas (ONU) se reuniu, nesta quarta-feira (2), após o avanço dos ataques de Israel no Líbano e a resposta do Irã com 200 mísseis. Apesar dos apelos por um cessar-fogo no Oriente Médio, a realidade parece estar distante disso.
De acordo com o jornalista Jamil Chade, a reunião passou longe de avançar por uma trégua uma vez que foi marcada por acusações entre os embaixadores iranianos e israelenses.
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O embaixador de Israel, Danny Danon, falou em “maior ataque” já sofrido e que fere a existência do seu povo, o comparando a bombardeios da época da Segunda Guerra Mundial. A fala teve o respaldo dos Estados Unidos, em que a embaixadora Linda Thomas-Greenfield reafirmou que o Irã será responsabilizado.
Já o embaixador do Irã na ONU, Amir Iravani, falou que a resposta foi necessária e que se for preciso novas medidas serão realizadas. Para completar, implicou os EUA como cúmplices do terrorismo israelense ao fornecer armamentos e clamou ao Conselho de Segurança para condenar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, por crimes de guerra.
Persona non grata
Uma situação chamou ainda mais a atenção do que a reunião emergencial. Horas antes do encontro, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, declarou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, persona non grata e que ele não merece pisar em solo israelense. Katz ainda disse que Guterres “é um secretário-geral anti-Israel que dá apoio a terroristas, estupradores e assassinos.”
Guterres, que tem sido um crítico da escalada da guerra, não se deixou intimidar e abriu a reunião do Conselho de Segurança com o pedido para o fim imediato da violência.
Conforme colocou, o pretexto de Israel em atacar o Hezbollah no Líbano e a retaliação do Irã tem levado o Oriente Médio ao precipício: “cada nova escalada serve de pretexto para a próxima”.
Segundo a ONU, ao menos 1,7 mil pessoas foram mortas no Líbano, entre elas 100 crianças, sendo que 346 mil pessoas tiveram que deixar as suas residências.
Para Guterres, o ataque iraniano com 200 mísseis não contribui para a causa do povo palestino ou reduzir seu sofrimento. Com isso, pediu um cessar-fogo imediato entre todas as partes.
*Com informações de agências internacionais e UOL