Brasileiro de 15 anos morre no Líbano em bombardeio israelense
Morte de adolescente acelera operação de repatriação planejada pelo Itamaraty. Embaixada está em contato com e prestando apoio à família de Ali Kamal Abdallah
Publicado 26/09/2024 11:37 | Editado 26/09/2024 12:12
A nova frente da guerra no Oriente Médio provocada por Israel fez nesta quarta (25) a primeira vítima brasileira no conflito. Um adolescente de 15 anos morreu no Líbano após uma série de bombardeios de tropas israelenses. Ali Kamal Abdallah foi atingido no Vale do Beqaa, a 30 quilômetros de Beirute.
O pai do adolescente é paraguaio e também morreu nas explosões. A embaixada do Brasil no Líbano está em contato com a família.
Hanan Abdallah, irmã do menino brasileiro, acusou os israelenses de terem matado seu o irmão. Ela publicou nas redes sociais um vídeo com imagens do menino e escreveu: “O anjo que Israel matou”. “Foi um ataque. Eles morreram trabalhando na pequena fábrica da família”, afirmou Hanan.
Ataques israelenses no Líbano mataram pelo menos 72 pessoas e deixaram outras 223 feridas nesta quarta, segundo dados do Ministério da Saúde libanês.
Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou o conflito entre Israel e o Hezbollah no Líbano. Lula concedeu entrevista à imprensa após último compromisso na 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
“É importante a gente lembrar que no Líbano o total de mortos é de 620 pessoas. É o maior número de mortos desde a guerra civil que durou entre 1975 e 1990. É importante lembrar também que morreram 94 mulheres e 50 crianças, 2.058 pessoas feridas e 10 mil pessoas forçadas a recuar e esvaziar suas casas”, disse Lula.
Os conflitos no Oriente Médio entraram em uma nova fase na semana passada, quando Israel decidiu intensificar as ofensivas contra o Hezbollah no Líbano. Nos últimos dias, as Forças Armadas israelenses começaram a convocar reservistas para um possível ataque terrestre ao grupo xiita.
O Itamaraty prepara um plano de evacuação em massa de brasileiros que moram no Líbano, que abriga a maior comunidade brasileira no Oriente Médio, com 22 mil pessoas.
A Embaixada do Brasil em Beirute começou a consultar nesta terça-feira (24) brasileiros que vivem no Líbano sobre o interesse em receber apoio do governo brasileiro para deixar o país do Oriente Médio.
Os brasileiros foram orientados a responder um formulário para que o Brasil possa seguir com o planejamento de eventual operação de resgate. A Força Aérea Brasileira (FAB) tem aviões prontos para buscar os cidadãos brasileiros.
A embaixada orientou também que brasileiros não façam viagem ao Líbano e recomendou que, residentes ou de passagem deixem o país, por meios próprios “até o retorno à normalidade”.