Mauro Vieira anuncia conquistas e iniciativas do Brasil no G20

Ao abrir entrevista coletiva de Lula, em Nova York, o chanceler brasileiro fez um breve balanço da atuação do país na liderança do G20 e antecipou os temas em debate

Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) em audiência pública interativa com a participação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira Foto: Alessandro Dantas

Na tarde desta quarta-feira (25), o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, antecipou os temas abordados durante uma coletiva de imprensa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Nova York. A fala do ministro de Relações Exteriores do Brasil representou um balanço da atuação do governo brasileiro na liderança do G20, no momento em que chega à 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em meio a conflitos bélicos que se espalham pelo leste europeu, o Oriente Médio e África.

O encontro com os jornalistas foi realizado após uma série de agendas à margem da Assembleia da ONU. A programação incluiu uma série de compromissos importantes para o Brasil, com destaque para a cúpula do G20, que este ano traz a novidade da liderança de Lula. Vieira procurou apontar a importância destas agendas.

De acordo com Vieira, Lula abriu a segunda reunião de ministros das Relações Exteriores do G20, um marco inédito na história do grupo. Pela primeira vez, uma presidência do G20 decidiu realizar uma segunda rodada de debates entre chanceleres, e de forma inovadora, essa reunião aconteceu na sede da ONU, aberta não apenas aos membros do grupo, mas a outros países também. Tal decisão reflete a proposta de Lula de ampliar o diálogo global e promover reformas nas estruturas de governança.

Leia também o que disse Lula durante a entrevista: Com firmeza, Lula destaca fragilidades da ONU na solução de conflito na Palestina e Ucrânia

Reforma da governança global: um documento histórico

O principal avanço destacado foi a aprovação, por consenso, de um documento histórico dos ministros das Relações Exteriores do G20. O texto, que trata da urgência em reformar as instituições internacionais, representa uma conquista diplomática relevante. O chamado à ação, como descrito por Vieira, visa impulsionar mudanças em organizações como a ONU, as instituições financeiras multilaterais e a Organização Mundial do Comércio (OMC). Esse movimento reflete a crescente demanda global por um sistema de governança mais inclusivo e equitativo.

Vieira destacou que, até o momento, cerca de 90 países já expressaram apoio ao documento, incluindo membros e não-membros do G20, o que reforça a legitimidade da proposta e a sua abrangência.

Inclusão da União Africana e diversidade no G20

Outro feito de destaque é a inclusão formal da União Africana no G20, uma decisão que tomou forma sob a presidência brasileira. A União Africana agora se junta ao grupo, marcando um passo importante para fortalecer a representação das nações africanas nas discussões globais. Essa ampliação da participação foi enaltecida como um reflexo da política externa brasileira, que busca maior diversidade e equilíbrio nas negociações internacionais.

O chanceler ressaltou ainda que o G20, além de incluir as maiores economias mundiais e membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, agora abrange também o Mercosul, com todos os países do bloco sendo convidados pela presidência brasileira.

Reuniões bilaterais e encontros estratégicos

Durante sua agenda em Nova York, o presidente Lula também manteve uma série de reuniões bilaterais. Entre os encontros de destaque, estão as conversas com o primeiro-ministro do Reino Unido, Kerry Stammer, e o presidente da Guatemala, Bernardo Arevalo. Lula também participou de um almoço, a convite do presidente francês Emmanuel Macron, sobre o novo pacto financeiro global. Além disso, o presidente brasileiro teve uma reunião com Mahmoud Abbas, presidente da Palestina, reforçando o compromisso do Brasil com o diálogo no Oriente Médio.

Preocupações no Líbano e ação brasileira

Ainda em sua declaração, Mauro Vieira destacou a atenção que o governo brasileiro tem dado à crise no Líbano, onde ataques aéreos israelenses têm impactado severamente a população, incluindo a comunidade brasileira residente no país. O Brasil tem condenado de forma firme esses ataques e instado a comunidade internacional a intervir para cessar a escalada de violência. A embaixada brasileira em Beirute, segundo o chanceler, está oferecendo suporte aos brasileiros na região.

Lula e o futuro da diplomacia global

A fala do chanceler destaca o papel proativo que o Brasil vem desempenhando no cenário internacional sob a liderança de Lula. O encontro de hoje em Nova York simboliza um passo importante nas ambições do país de se posicionar como um defensor de reformas na governança global e de uma diplomacia inclusiva, enquanto mantém um forte compromisso com a democracia e a paz.

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