Israel transformou direito de defesa em direito de vingança, critica Lula
Presidente classificou a guerra no Oriente Médio como uma das maiores crises humanitárias da história recente
Publicado 24/09/2024 16:04 | Editado 26/09/2024 14:08
Em seu discurso durante a abertura da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, o presidente Lula teceu críticas aos rumos da Guerra no Oriente Médio.
Segundo Lula, o que está sendo visto em Gaza e na Cisjordânia, é uma das maiores crises humanitárias da história recente. Ele ainda demonstrou preocupação com a perigosa expansão do conflito para o território do Líbano. Na última segunda (23), o exército israelense lançou mais de 300 mísseis ao país vizinho.
Para o presidente, “o que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes, tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino.”
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Lula destaca que as ações desmedidas já vitimaram mais de 40 mil pessoas, sendo a maioria delas mulheres e crianças.
“O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede um acordo para a liberação de reféns e adia o cessar-fogo”, lamenta.
As declarações do presidente (confira o discurso completo aqui) acontecem em um cenário de acirramento do discurso de Israel, que cada vez mais se distancia de um acordo pelo cessar-fogo.
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Pelo contrário, apesar da pressão internacional por um acordo e por tratativas infrutíferas que parecem ser jogo de cena do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, Israel deu início a uma nova etapa para o conflito com o ataque ao Líbano e, ao que tudo indica, aos pagers do Hezbollah. Esta última situação é classificada por muitos analistas como crime de guerra e terrorismo, caso se confirme a atuação do Estado de Israel no caso.
Veja o trecho completo da fala de Lula quanto ao conflito:
Em Gaza e na Cisjordânia, assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, e que agora se expande perigosamente para o Líbano.
O que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes, tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino.
São mais de 40 mil vítimas fatais, em sua maioria mulheres e crianças.
O direito de defesa transformou-se no direito de vingança, que impede um acordo para a liberação de reféns e adia o cessar-fogo.