Israel lança maior ataque ao Líbano desde 7 de outubro; guerra é iminente

Exército israelense lançou mais de 300 mísseis ao país vizinho nesta segunda. Netanyahu promove tática de deslocamento forçado de civis no norte de Gaza e no sul do Líbano

Foto: Reprodução

O exército israelense lançou nesta segunda (23) o ataque mais mortal ao Líbano desde o 7 de outubro. De acordo com o ministério da Saúde do país, mais de 180 pessoas morreram e outras 700 ficaram feridas. Apesar dos esforços da comunidade internacional e de aliados de Israel para frear a escalada das agressões, a guerra total entre o Estado judeu e o grupo xiita Hezbollah é iminente.

Além dos bombardeamentos, o governo de extrema direita de Israel, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, põe em marcha, no sul do Líbano, os deslocamentos forçados de civis, tática de guerra utilizada amplamente na guerra de Gaza.

O bombardeio desta segunda é o mais amplo territorialmente já conduzido pelos israelenses no Líbano desde o início da troca de agressões entre as duas partes, há quase um ano.

Moradores de várias cidades no sul do Líbano postaram fotos nas redes sociais mostrando áreas povoadas sendo atingidas por mísseis. A região é o epicentro das tensões por ser a fronteira entre os dois países. 

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou um “plano de destruição” executado por Israel. “A agressão persistente de Israel contra o Líbano é uma guerra de extermínio em todos os aspectos, um plano de destruição que pretende pulverizar os vilarejos e cidades libaneses”, afirmou Mikati em um comunicado, no qual pede à ONU e aos “países influentes” para “dissuadir a agressão”.

“As FDI (Forças de Defesa de Israel) estão envolvidas em ataques intensos e precisos contra alvos terroristas, que foram amplamente incorporados em todo o Líbano”, disse o porta-voz, contra-almirante Daniel Hagari, em um comunicado.

Já o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, declarou que o país continuará com as ações de guerra no Líbano. “Estamos aprofundando nossos ataques no Líbano. As ações continuarão até alcançarmos nosso objetivo de devolver os residentes do norte com segurança para suas casas”, disse o Ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, em um vídeo publicado por seu gabinete.

Segundo os sionistas, o ataque massivo ao Líbano é resposta aos mais de 150 mísseis disparados pelo Hezbollah a posições militares no norte de Israel. 

Guerra psicológica e os deslocamentos forçados de civis

Momentos antes de lançar o maior e mais mortal ataque ao Líbano desde o 7 de outubro, os moradores das regiões atacadas do país receberam mensagens de texto e de voz enviadas por Israel alertando sobre a iminência dos bombardeios.

Esse foi o primeiro alerta do tipo para cidadãos do país em quase um ano de conflito em constante escalada entre Israel e Hezbollah. Nas mensagens, os militares ordenam a imediata evacuação dos residentes do sul do Líbano.

A tática é conhecida: tal como ocorre em Gaza, Tel Aviv busca destroçar a saúde mental da população que habita as regiões em conflito, forçando deslocamentos de civis.

Neste domingo (22), a emissora nacional israelense Kan relatou que Netanyahu, em uma reunião a portas fechadas com o Comitê de Relações Exteriores e Defesa do Knesset, está considerando um plano para expulsar todos os civis palestinos do norte de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza, a fim de sitiar o Hamas e forçar a libertação de reféns.

As ordens de deslocamentos em Gaza, porém, se tornaram tão corriqueiras que os palestinos têm se mostrado cada vez menos dispostos a atender às demandas israelenses de realocação.

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