Em inauguração de Complexo de Energias, Lula defende autonomia nacional

Polo industrial da Petrobras se torna a maior unidade de processamento de gás natural do país. Complexo receberá gás do pré-sal da Bacia de Santos pelo gasoduto Rota 3

Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Lula inaugurou, nesta sexta-feira (13), o Complexo de Energias Boaventura da Petrobras, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

De acordo com a estatal, o novo polo industrial, antigo Comperj, é a maior unidade de processamento de gás natural do país. A unidade receberá gás do pré-sal da Bacia de Santos que será transportado por meio do gasoduto Rota 3, também inaugurado.

O gasoduto tem capacidade de escoamento de até 18 milhões de m³ por dia. Já o Complexo de Energias Boaventura tem capacidade de processamento de até 21 milhões de m³ por dia de gás natural.

Com a inauguração a necessidade de importação de gás natural é reduzida, além de aumentar a oferta para o consumo interno. Para implantar o projeto completo serão criados 10 mil postos de trabalho. O funcionamento do polo industrial terá 3 mil empregos permanentes com as obras finalizadas.

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Durante a inauguração, o presidente Lula defendeu a autonomia nacional no setor de energia e capacidade da Petrobras em ser pioneira em todas as frentes: “O dia que acabar o petróleo a Petrobras será a maior empresa produtora de biocombustível desse país, será a maior produtora de etanol desse país, será a maior produtora de hidrogênio verde dessa país. A Petrobras é mais do que uma indústria de óleo e de petróleo, ela é uma indústria de energia e vai produzir o que for necessário”, ressalta.

Ao falar sobre a estatal, o presidente revelou seu orgulho, pois a história da empresa é parte da história do país enquanto identidade e no que diz respeito a distribuição de riquezas.

“Estou orgulhoso de estar com essa camisa aqui (dos petroleiros), porque a Petrobras está no meu sangue, na minha formação política, na minha compreensão e na imagem que tenho do Brasil”, celebra.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, falou da importância do projeto não só para aumentar a capacidade para processar gás natural, como também para produzir derivados.

“Isso aqui é muito mais do que uma unidade de processamento de gás natural. Isso aqui é um investimento total de R$20 bilhões. São R$13 bilhões nesse complexo de energia Boaventura para aumentar a produção de derivados local em 120 mil barris por dia. Vamos diminuir a importação de diesel, vamos diminuir a importação de GLP, vamos diminuir a importação de querosene de aviação e por aí afora. Tudo isso com baixíssimo teor de enxofre e combustível de última geração”, explicou, ao dizer também que a ampliação da Refinaria de Duque de Caxias terá R$ 7 bilhões em investimentos.

Como Chambriard expôs, o polo inaugurado vai aumentar a produção de derivados no estado do Rio de Janeiro em 50%. A previsão é que em 2025 todo o complexo esteja em pleno funcionamento.

“Vamos passar de 240 mil de capacidade instalada para 360 mil barris (de derivados) por dia. Vamos trazer 21 milhões de metros cúbicos de gás, vamos construir duas termoelétricas, diversas unidades de processamento. Isto é muito grandioso, tão grandioso quanto este terreno e este ambiente que estamos vivendo aqui”, afirma.

Na ocasião ela ainda assinou, com autoridades da área da cultura, um protocolo de intenções para a avaliação de alternativas para a implantação de espaço cultural e turístico junto às ruínas do convento São Boa Ventura, onde foi construído está o polo.

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O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou que o Brasil está no caminho da independência energética.

“Não e apenas um marco de infraestrutura, é um passo firme para um Brasil mais soberano, mais independente e mais preparado para crescer. Se alguém ainda tem dúvidas da capacidade de nossas políticas públicas basta ver a magnitude dessa entrega. O gasoduto Rota 3 tem 355 kms de extensão para processar até 21 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. É a prova que o Brasil voltou para o caminho certo, a Petrobras voltou para o caminho que nunca deveria ter saído”, disse.

Silveira ainda lembrou do projeto assinado pelo governo Lula para ampliar o acesso ao gás de cozinha para 20 milhões de pessoas de baixa renda. O projeto “Gás Para Todos” visa buscar soluções em energia limpa para cozinhar.

Também estiveram presentes, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o gerente geral do Complexo de Energias Boaventura, Cândido Queiroz, o coordenador da Frente Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, entre outras lideranças.