Barack e Michelle Obama exaltam Kamala em convenção democrata

Casal Obama foi a atração principal do segundo dia da convenção democrata. Ex-presidente apelou por união e disse que Kamala governará para todos, com foco na classe trabalhadora

Foto: Casal Obama foi a atração principal do segundo dia da Convenção Nacional Democrata (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Barack Obama se juntou, nesta terça (20), à sua esposa Michelle Obama no segundo dia de Convenção Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês), em Chicago (Illinois), para afirmar apoio a candidatura de Kamala Harris à presidência dos Estados Unidos. Obama passou para a primeira candidata negra do país a versão do lema que norteou sua campanha à Casa Branca 16 anos atrás: “Sim, ela pode”.

O ex-presidente apresentou Harris como a candidata que pode “unir os EUA” e “lutar pelos interesses do povo”, em contraste com o ex-presidente e candidato à Casa Branca pelo Partido Republicano, Trump. “Como presidente, ela não atenderá apenas a seus eleitores […] ela trabalhará em nome de todos os americanos”, afirmou.

Em discursos alinhados, ele e Michelle usaram a influência e o carisma de estrelas do partido para exaltar Kamala e abater a imagem de Donald Trump, candidato do partido Republicano. Assim como o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, Obama estabeleceu uma diferença de classes na proposta política dos últimos governos democratas, e de uma eventual administração de Kamala, com a forma de governar de Trump.

“A verdade é que Donald Trump vê o poder como nada mais do que um meio para atingir os seus objetivos pessoais. Ele quer que a classe média pague o preço com outro enorme corte de impostos que ajudaria principalmente a ele e aos seus amigos ricos”, disse.

“Precisamos construir mais unidades e eliminar algumas das leis e regulamentações desatualizadas que dificultaram a construção de casas para trabalhadores neste país. Essa é uma prioridade. E ela apresentou um novo plano ousado para fazer exatamente isso”, afirmou Obama, mencionando uma proposta de Kamala para construir 3 milhões de moradias nos próximos quatro anos.

Obama aproveitou a oportunidade para lembrar seu plano de governo em relação a área da saúde.

“Em matéria de cuidados de saúde, todos nós deveríamos estar orgulhosos do enorme progresso que fizemos através da Lei de Cuidados de Saúde Acessíveis (Obamacare), proporcionando a milhões de pessoas acesso a uma cobertura acessível, protegendo milhões de pessoas de abusos inescrupulosos.

Como presidente Trump, afirmava que o programa tem custos muito altos e compromete a sustentabilidade dos planos de saúde e chegou a instituir medidas que flexibilizaram o programa. Em 2017, sob administração republicana, o Congresso revogou uma parte da lei, que tratava de penalidades para quem não aderisse a um plano de saúde.

Obama se mostrou afiado na habitual oratória, ao passar o bastão para Kamala. “Não precisamos de mais quatro anos de fanfarronice, trapalhadas e caos. Já vimos esse filme antes e todos sabemos que a sequência é a pior. A América está pronta para uma história melhor. Estamos prontos para uma presidente Kamala Harris.”

Uma das protagonistas a ex-primeira-dama Michelle Obama afirmou em discurso que “há algo de mágico no ar”, citando o “poder contagiante da esperança”, e que essa esperança “está voltando” ao país.

“A esperança está voltando. Os EUA têm a chance de vencer os demônios do medo, da divisão e do ódio que nos consumiram e continuar buscando a promessa inacabada desta grande nação, o sonho pelo qual nossos pais e avós lutaram, morreram e se sacrificaram”, disse Michelle.

Coube à ex-primeira-dama americana a provocação mais sarcástica da noite, referindo-se aos empregos para negros, que Trump insiste falsamente em dizer que são usurpados por imigrantes cruzam ilegalmente as fronteiras.

“Quem vai dizer a ele que o emprego que está procurando atualmente pode ser um desses ‘empregos para negros’?”

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