Biden e Kamala abrem convenção democrata com apelo à classe média

Democratas deram início a convenção que confirma a candidatura de Kamala Harris e Tim Walz. A noite foi de Biden que procurou estabelecer diferenças entre ele e Trump

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Há um mês, o plano A do partido Democrata era que o presidente dos Estados Unidos Joe Biden subiria ao palco do ginásio United Center, em Chicago (Illinois), como candidato a reeleição para a Casa Branca. Nesta segunda (19), Biden foi ovacionado, no entanto, como principal cabo eleitoral da campanha de Kamala Harris na Convenção Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês).

Em um discurso marcado pela passagem de bastão de Biden para Kamala, após o líder democrata desistir da corrida eleitoral, o atual presidente procurou estabelecer as diferenças entre seu partido e o adversário Donald Trump, dos Republicanos.

“Nós costumávamos importar produtos e exportar mão-de-obra. Agora exportamos produtos americanos e criamos empregos americanos, aqui mesmo nos Estados Unidos, onde os empregos pertencem”, discursou Biden em meio a gritos de “obrigado, Joe” e “nós amamos Joe”.

“Com cada novo emprego, com cada nova fábrica, o orgulho e a esperança está sendo trazida de volta às comunidades que ficaram para trás em todo o país. Você sabe como foi quando fechou aquela fábrica onde sua mãe, seu pai, sua avó, seu avô trabalhavam”, lembrou Biden. “E agora, a fábrica está de volta, fornecendo empregos mais uma vez, provando que Wall Street não construiu a América, a classe média construiu a América e os sindicatos construíram a classe média”, disse.

A retórica democrata procura atingir a maioria da população americana, uma vez que mais da metade se identifica como classe média. Um relatório recente do Pew Research Center apontou que, embora seja a classificação de classe social mais populosa, a classe média passou de 61% dos americanos em 1971 para 51% em 2023.

O mesmo levantamento, no entanto, afirma que “65% dos americanos de classe média estão com dificuldades financeiras e não esperam que isso mude até o fim das suas vidas”.

O presidente usou grande parte da sua fala para fazer uma revisão dos feitos do seu governo como forma de defender a continuidade de uma gestão democrata à frente da Casa Branca por mais quatro anos.

Biden também lembrou os eleitores da pandemia que mergulhou os EUA no caos econômico ao ser administrada por Donald Trump e citou seus esforços e o de Kamala Harris para devolver o país à normalidade. Para isso, destacou o que considera sucessos da sua política doméstica, como o baixo desemprego, a queda na inflação e os esforços para abaixar os preços dos medicamentos.

“Basta pensar nisso: a Covid não controla mais nossas vidas. Passamos da crise econômica para a economia mais forte do mundo. Recorde de 16 milhões de novos empregos. Recorde de crescimento de pequenas empresas. Alta recorde do mercado de ações. Os salários sobem e a inflação desce, muito em queda e continua a descer. A menor disparidade de riqueza racial em 20 anos”, afirmou Biden.

“Mais americanos têm a tranquilidade de ter seguro saúde. Mais americanos têm seguro de saúde hoje do que nunca na história americana”, continuou.

Estabelecendo diferenças com Donald Trump

Ao exaltar seus feitos políticos para a classe média, o presidente Joe Biden procurou estabelecer as diferenças entre seu governo, e o eventual mandato de Kamala Harris, com os anos de Donald Trump a frente da Casa Branca e um eventual novo mandato.

“Trump quer um novo imposto sobre bens importados, alimentos, gás, vestuário e muito mais. Você sabe quanto isso custaria para uma família média? 3,9 mil dólares por ano em impostos. É um fato! Kamala e Tim tornarão o crédito fiscal para assistência infantil permanente, tirando milhões de crianças da pobreza e ajudando milhões de famílias a progredir”, diferenciou Biden.

“Trump criou a maior dívida que qualquer presidente teve em quatro anos com o corte de impostos de 2 bilhões de dólares para os ricos. Bem, Trump tem um novo plano: ele quer proporcionar um corte de impostos de 5 bilhões de dólares às empresas que são muito rica”, disse.

“Vocês sabem que temos mil bilionários nos Estados Unidos. Você sabe qual é a taxa média de imposto que eles pagam? 8,2%. Se apenas aumentássemos os seus impostos – propusemos para 25%, o que nem sequer é a taxa de imposto mais elevada – arrecadaríamos 500 bilhões de novos dólares ao longo de 10 anos, e eles ainda seriam muito ricos. Olha, Kamala e Tim vão fazê-los pagar a sua parte justa. Eles protegerão a seguridade social e o Medicare. Trump quer cortar a segurança social e o Medicare”, afirmou.

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