Que semana!!!

Uma análise da semana que começou com avanços econômicos, se complicou com polêmicas no STF, desafios educacionais, crises internacionais e turbulências das campanhas eleitorais

STF | Foto: CNJ

Tínhamos tudo para comemorar. O desemprego vem caindo sistematicamente. No ensino fundamental e médio melhoramos, não muito, mas houve avanços. A economia do país anda alcançando bons índices em quase todos os indicadores, inclusive nos propalados pelo mercado. Bolsa subindo e dólar caindo. Mas, infelizmente, a semana ficou confusa.

O Supremo Tribunal Federal cumpre sua missão. Exige transparência das emendas parlamentares. É obrigação do gestor público deixar muito claro de onde vêm os recursos, para quê, como tem sido gastos e quais os resultados. Monitorar esses caminhos é função básica, não deixar dúvidas uma obrigação. Liberar sem isso, irresponsabilidade. No entanto, em época de eleição, contraria os interesses do Legislativo, traz à tona a velha prática de troca de favores para garantir votos. Um embate muito pouco ético. O Legislativo revoltado com o STF.

Uma polêmica sem propósito. O rito como meio de descaracterizar o fato. Firulas técnicas para evitar discutir o mal versado, o uso inadequado de fakes para enganar a sociedade. A grande mídia assume, diz-se indignada com o Ministro coerente, que usou o que já era público, que estava à disposição nos sites e blogs de ampla circulação, ou em processos que não tinham segredo de Justiça. Mas, é demonizado, tentam até ameaçá-lo com impeachment.

A repercussão é enorme, procura-se por uma atitude que poderia ser inusitada, afinal nem sempre o mesmo juiz está no Supremo e no TSE, criar um procedimento padronizado que não é obrigatório. Com isso, se têm objetivos não revelados. Criar condições para anistiar o mal, as maldades que foram feitas e não podem ser negadas, os desvios para trazer pânico e instabilidade social, para criar um clima de terror. Mecanismos para anistiar, inclusive, aquele que já está punido e vai ser mais, com a perda de direitos políticos.

Saíram os resultados do exame do ensino fundamental e médio. Conseguimos atingir os indicadores para o fundamental inicial, mas ainda não para o fim do fundamental e para o médio. Mas, pouco, avançamos. E há perspectivas de melhoria com ensino integral, medidas de inserção social, valorização dos professores e foco nos novos métodos que permitem tratamento individualizado aos alunos. Vemos bons ventos à frente na área.

Pernambuco é meu estado. Nele vivo e convivo. Feliz por ver os índices de desemprego caírem no país, inclusive aqui, mas triste por ver que estamos no último lugar da empregabilidade. Necessário mudar urgentemente, desemprego de mais de 11% é desumano.

No IDEB, uma preocupação no estado. Caímos três posições na educação básica. Segundo especialistas houve decisões equivocadas que levaram a um desmonte da estrutura educacional. Há tempo para corrigir.

Venezuela está no debate. Sou de esquerda. Pautei minha vida pela defesa de maior equidade social e justiça econômica. No entanto, sou contra ditaduras. De quaisquer matizes. Já vivemos uma em nosso país e sabemos de suas conseqüências.

Tenho visto colegas de esquerda se desdobrando para justificar a postura de Maduro e suas atitudes. Nos blogs, nos sites que leio e ouço, é muito comum, há uma posição recorrente de justificativa. Tendo a discordar.

De complô internacional para aproveitar as riquezas minerais do país vizinho a dizer que não se provou a fraude ou que se quer implantar uma ditadura de direita no país vizinho, tudo é usado. Absurdo. Houve uma eleição legítima e foi eleito um representante escolhido pelo povo venezuelano. Se não era para valer, burrice ter feito.

Discordo dos companheiros. A diplomacia do país e o Presidente, agora, têm tido uma postura correta em não reconhecer o ditador como eleito até o momento em que ele prove com as atas. E ele não tem como fazer isso.

A crise do Oriente Médio se agrava. As negociações pouco avançam e a entrada do Irã como participe direto dificulta. Não há sinais de liberação dos reféns, nem de resolver a crise humanitária da faixa de Gaza. A manutenção do governo de Direita no poder em Israel dificulta em muito que se chegue a uma solução negociável. Preocupações de uma generalização do conflito foram expostas nesta semana e podem ter repercussões em nosso país.

Começaram as campanhas eleitorais. Estratégicas para 2024, mais ainda para 2026. Há disputas emblemáticas. São Paulo, por exemplo. O jogo não é limpo, suas regras pouco claras. Mesmo antes de começar, acusações infundadas já surgiram. Dois meses de chafurdasses e de uso das diferentes mídias como meio, não para apresentar propostas ou realizações efetivas, mas para disseminar o falso, as intrigas, as notícias descontextualizadas. A Justiça Eleitoral tem que estar atenta. Pena que a festa da democracia que vivia de debates acalorados, de comícios empolgantes tenha se transformado com as deepfakes e a internet como meios prioritários, faz alguns anos.

Uma semana que começou com boas notícias econômicas, mas teve desenrolar, com notícias preocupantes na política e no campo internacional.

Como diria Chico, “a coisa aqui está preta”. Ou pode ficar!!!!

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