Lideranças Guarani-Kaiowá pedem a Lula solução para os conflitos no MS

Indígenas denunciam ataques em terra não homologada; governo anuncia medidas de segurança e reforça Força Nacional na região

10.08.2024 - Presidente Lula durante reunião com lideranças indígenas Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul | Foto: Ricardo Stuckert / PR

Neste sábado (10), o presidente Lula (PT) se reuniu em Brasília com uma comitiva de lideranças Guarani-Kaiowá para discutir a escalada de conflitos fundiários na região da Terra Indígena (TI) Panambi-Lagoa Rica, localizada em Douradina, Mato Grosso do Sul. Desde o início de agosto, os indígenas denunciam ataques violentos por parte de ruralistas, que estariam resistindo ao processo de demarcação da terra já delimitada, mas ainda sem homologação.

No encontro, o grupo reivindica a desmobilização de um acampamento ruralista que, segundo eles, tem promovido os atos de violência na região, além de solicitar mais segurança e a conclusão do processo de demarcação da TI Panambi-Lagoa Rica. Na última quinta-feira (8), 45 representantes dos povos Guarani e Guarani-Kaiowá realizaram um ato em frente ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), pedindo o fim dos ataques na terra indígena.

Um grupo menor foi recebido pelo secretário Nacional de Segurança Pública, Mario Luiz Sarrubbo, e pela secretária Nacional de Acesso à Justiça, Sheila de Carvalho, no Palácio da Justiça. Durante a reunião, foram anunciadas medidas de segurança, como o reforço do efetivo da Força Nacional e a criação de uma sala de situação para monitorar as demandas na região. “Nossa intenção é acompanhar de forma constante as políticas de proteção e segurança pública no território e dar celeridade para as nossas respostas, além de analisar todas as denúncias que chegarem pelos atores locais”, afirmou Sheila.

Em nota, o MJSP reiterou que o documento que identifica a área como de ocupação tradicional indígena segue válido, mas que o andamento do processo de demarcação está suspenso por ordem judicial. A TI Panambi-Lagoa Rica, com superfície aproximada de 12.196 hectares e perímetro de cerca de 63 km, teve seus limites estabelecidos pela Funai em 2011, mas enfrenta dificuldades para a homologação definitiva.

“A Força Nacional está na região para fazer a segurança e permitir que essa situação se resolva de forma pacífica. Não abandonaremos a área até que isso seja resolvido e que toda a comunidade esteja segura”, afirmou Sarrubbo. 

O conflito em curso reflete as tensões históricas entre comunidades indígenas e interesses ruralistas na região, destacando a urgência de soluções para garantir a segurança e os direitos dos povos originários.

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Fonte: gov.br

(BL)

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