Ataque israelense em escola de Gaza mata mais de 100 e agrava crise humanitária
Bombardeio atingiu complexo escolar durante orações matinais; local abrigava mais de mil pessoas.
Publicado 10/08/2024 10:52 | Editado 10/08/2024 15:49
Um ataque aéreo a um complexo escolar em Gaza, realizado neste sábado (10), resultou na morte de mais de 100 pessoas, conforme relatado pela agência de comunicações do governo de Gaza. Inicialmente, autoridades palestinas haviam informado cerca de 40 mortos, número que foi atualizado horas após o ataque.
O gabinete de imprensa do Hamas comunicou que os ataques ocorreram durante as orações do amanhecer. As escolas na região têm sido utilizadas como abrigos para palestinos que foram forçados a fugir de suas casas devido ao conflito em andamento.
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À AFP, Abu Anas, testemunha que participou do resgate das vítimas, descreveu a cena devastadora: “Havia pessoas rezando, lavando roupa e dormindo, incluindo crianças, mulheres e idosos. O míssil caiu sobre eles sem aviso. Recuperamos os corpos em pedaços.”
O ataque deste sábado já é o quinto em uma escola desde o último domingo (4). De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), 477 dos 564 prédios escolares em Gaza foram diretamente atingidos ou danificados até o dia 6 de julho. Desde então, pelo menos outros 14 foram alvos de ataques. A escola Al-Taba’een, que foi atingida neste sábado, abrigava mais de 1.000 pessoas, incluindo recentemente deslocados da cidade de Beit Hanoun, após o exército israelense ordenar a evacuação das suas casas.
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O Escritório de Direitos Humanos da ONU disse no início desta semana que estava “horrorizado com o padrão de desdobramento” de ataques em escolas em Gaza, de acordo com uma declaração em 5 de agosto, acrescentando que “tais ataques estão aumentando”.
A ofensiva israelense em Gaza, que começou após o ataque do Hamas em 7 de outubro, já causou a morte de mais de 39 mil palestinos e deixou mais de 91 mil feridos, segundo o Ministério da Saúde local. Cerca de 1,9 milhões de pessoas, dos 2,3 milhões que habitavam Gaza antes da guerra, foram deslocadas e agora vivem em condições precárias em acampamentos de tendas na costa de Gaza.
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O ataque ocorre em um momento crítico, quando mediadores dos Estados Unidos, Qatar e Egito intensificam seus esforços para alcançar um cessar-fogo entre as partes. As tensões na região aumentaram após o assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, e de um comandante do Hezbollah em Beirute.
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com informações de agências