Israel diz ter matado líder do Hamas em bombardeio que deixou 90 mortos
Bombardeio ocorreu em julho em um campo de refugiados, deixando mais de 300 feridos. O Hamas não confirmou a morte de Deif, líder da ala militar do grupo islâmico
Publicado 01/08/2024 15:24 | Editado 01/08/2024 15:48
O exército de Israel confirmou nesta quinta (1°) a morte de Mohammed Deif, líder militar do Hamas. O ataque teve como alvo um complexo nos arredores de Khan Younis, ao sul da Faixa de Gaza, e resultou na morte de mais de 90 pessoas, incluindo civis deslocados em tendas próximas
“As FDI (Forças de Defesa de Israel) anunciaram que, em 13 de julho de 2024, aviões de combate das FDI bombardearam a área de Khan Yunis e, após uma avaliação de inteligência, é possível confirmar que Mohammed Deif foi eliminado no ataque”, afirma um comunicado militar.
O anúncio ocorre logo após a morte em Teerã do líder do gabinete político do grupo terrorista, Ismail Haniyeh, em um ataque que Irã e Hamas atribuíram a Israel.
“Deif iniciou, planejou e executou o massacre de 7 de outubro”, afirmou o Exército em referência ao ataque do Hamas contra o sul de Israel, que deixou 1.200 mortos, segundo balanço baseado em dados divulgados pelas autoridades israelenses.
Mohammed Deif era o número 3 na escala de hierarquia do Hamas, atrás de Ismail Haniyeh e Yahya Sinwar, o chefe do Hamas em Gaza e cujo paradeiro é desconhecido.
A suposta bomba de 900 quilos lançada pelo exército israelense ao redor da casa onde suspeitavam que Deif estava refugiado com um de seus auxiliares provocou uma cratera enorme. No entanto, o Hamas negou que o comandante militar estivesse entre as vítimas.
Ao Serviço Mundial da BBC, um dos médicos de um hospital que atendia os feridos no dia 13 de julho, Mohammed Abu Rayy, disse que este foi “um dos dias mais obscuros” desde que os conflitos tiveram início e que a maioria das vítimas que chegou ao hospital já estava morta. Outros sofriam com múltiplos ferimentos por estilhaços. Muitas mulheres e crianças chegaram feridas ao local.