Relatora da ONU: Negar intenção genocida de Israel não é mais viável

Mais: Assalto à embaixada causa crise política no Equador / Espanha – Reconhecer Estado Palestino é interesse europeu / Biden pressionado em relação a Cuba

A relatora da ONU para os Territórios Palestinos, Francesca Albanese (foto em destaque), afirmou nesta quarta-feira (10) que a “intenção genocida” de Israel contra o povo palestino “é tão ostensiva que não se pode desviar o olhar, deve ser punida“, e precisa ser objeto de investigação pela Corte Internacional de Justiça. “A comunidade internacional não pode mais ignorar o projeto genocida de Israel nem o fracasso do mundo em responsabilizá-lo; a negação da realidade já não é viável“, enfatizou em uma videoconferência seguida por quarenta universidades espanholas, incluindo a de Oviedo, que agora faz parte da Rede Universitária pela Palestina. Após denunciar que os poderosos membros da ONU “apoiaram Israel enquanto cometia atrocidades”, em vez de deter seu ímpeto, ela também pediu que o embargo de armas seja cumprido e que sanções sejam aplicadas. Albanese, que há duas semanas publicou um relatório apresentando evidências de que crimes constitutivos de genocídio estão sendo cometidos contra a população palestina na Faixa de Gaza, denunciou que Israel destruiu Gaza em menos de seis meses, mas que “as cicatrizes coletivas que deixará no povo palestino permanecerão por gerações“. A relatora da ONU denunciou que Israel tenta legitimar a violência falando de danos colaterais, escudos humanos ou cúmplices terroristas “tentando distorcer o direito internacional humanitário para ocultar padrões de comportamento dos quais só se pode concluir que há uma violência genocida“. Israel, acrescentou, tenta justificar os crimes com base em que “se você disser uma mentira por tempo suficiente, as pessoas acreditarão“, enquanto permanece na “fase mais extrema” de um processo colonial de décadas que começou com a desumanização do povo palestino e que esmaga o direito inalienável à autodeterminação. Fonte: Agência EFE.

Assalto à embaixada do México causa terremoto político no Equador e oposição propõe impeachment

O jornal mexicano La Jornada destaca, em sua edição desta terça-feira (9) que as consequências do assalto armado à embaixada mexicana em Quito estão se configurando em duas dimensões: judicial e política, mas igualmente há advertências no plano comercial externo. Nenhum governo equatoriano havia enfrentado um cenário como este, nem mesmo nos conflitos bélicos do século passado, muito menos no presente, após as posturas soberanas de Rafael Correa, que governou de 2007 a 2017. O movimento Revolução Cidadã, através de seu secretário executivo, Andrés Arauz, manifestou a decisão de iniciar um processo de impeachment contra o presidente Daniel Noboa. Ao ser consultado sobre o assunto, o ex-candidato presidencial destacou que existem motivos para isso, contemplados na Constituição, e que poderiam levar à destituição do presidente, para o qual são necessários dois terços dos votos da Assembleia: 92 dos 137 legisladores. Ao mesmo tempo, ao se referir às possíveis sanções internacionais ao Equador, ele explicou: “Esperamos que, quando as ações legais contra o Governo do Equador forem iniciadas, os fatos sejam individualizados para que o presidente Noboa seja o responsável direto e o povo equatoriano não tenha que pagar as consequências deste ato de arbitrariedade e flagrante violação do direito internacional e humanitário“. Arauz disse ao La Jornada que o anúncio do pedido de impeachment contra o presidente Noboa é devido ao sequestro do ex-vice-presidente Jorge Glas após o assalto à embaixada do México na capital do país andino. O ex-vice-presidente, sequestrado pela Força Pública do Equador, em estado muito delicado de saúde, foi transferido nesta terça-feira para a prisão de segurança máxima, chamada La Roca, na cidade de Guayaquil, de onde é natural.

Espanha: Reconhecer o Estado Palestino é do interesse geopolítico da Europa

A Espanha está disposta a reconhecer a Palestina, e esse reconhecimento é, em termos geopolíticos, do interesse da Europa, afirmou nesta quarta-feira o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez (foto). “Nosso apelo ao reconhecimento do Estado palestino está ganhando força, porque é justo, porque é isso que a maioria social exige, porque também é do interesse geopolítico da Europa e porque a comunidade internacional não poderá ajudar o Estado palestino se não reconhecer sua existência“, disse Sánchez em seu discurso na Câmara Baixa do Parlamento. Ele destacou que “a Espanha está pronta para reconhecer o Estado palestino“. Sánchez e o ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, realizarão uma turnê pelos países da União Europeia (UE) e do Oriente Médio para incentivá-los a se juntarem à iniciativa espanhola. Segundo o chefe de governo, a ideia está ganhando cada vez mais adeptos, convencidos de que só reconhecendo a Palestina se pode garantir a paz e a segurança na região. Em uma coletiva de imprensa após a reunião do Conselho Europeu em 22 de março, Sánchez anunciou que o governo espanhol havia concordado com as autoridades da Irlanda, Eslovênia e Malta em dar os primeiros passos rumo ao reconhecimento da Palestina. Esses estados emitiram uma declaração conjunta expressando sua vontade de reconhecer um Estado palestino em “circunstâncias apropriadas”. Atualmente, a Palestina é reconhecida por nove estados membros da UE. Bulgária, Chipre, República Tcheca, Hungria, Malta, Polônia, Romênia e Eslováquia deram esse passo em 1988, antes de ingressarem na UE, e a Suécia em 2014. Fonte: Sputnik.

Centenas de democratas e personalidades pedem a Biden que cumpra promessa sobre Cuba

O site “Prensa Latina” destacou, nesta quarta-feira, que quase 200 democratas cubano-americanos e centenas de americanos assinaram uma petição ao presidente Joe Biden pedindo que ele cumpra sua promessa, não honrada até hoje, de mudar a política do governo dos Estados Unidos em relação a Cuba. “Estamos extremamente desapontados e consternados com sua inação, falta de coragem e sensibilidade para desfazer as drásticas e infundadas medidas executivas impostas por seu antecessor (Donald Trump)“, expressa uma carta aberta publicada pela ACERE, uma coalizão de organizações contrárias ao bloqueio a Cuba e a favor da normalização das relações. “Sua promessa de campanha de desfazer os estragos causados pela administração anterior às famílias cubanas foi um dos principais motivos pelos quais muitos de nós o apoiaram”, lembraram. Entre os signatários da carta aberta estão duas dezenas de grupos cubano-americanos, entre eles ex-funcionários federais, estaduais e locais; acadêmicos; empresários, executivos e investidores. A lista inclui advogados; arquitetos; médicos; cientistas; educadores; artistas, músicos, cineastas e assistentes sociais etc. Pesquisas recentes relatam que, dos quase 1,5 milhão de eleitores cubano-americanos, mais da metade consistentemente apoia a normalização com Cuba; enquanto o apoio é esmagador entre os eleitores democratas e mais jovens. Os signatários alertaram o presidente Biden que inevitavelmente terá que lidar com a questão da política de sua administração em relação a Cuba e, nesse caso, terá duas opções: “uma nova política de engajamento com a ilha ou repetir, como fez durante seu primeiro mandato, a mesma política fracassada da maior parte dos últimos 60 anos.  Apenas se escolher a primeira opção Biden continuará ganhando uma proporção considerável do voto de nossa comunidade, para quem isso é uma questão decisiva e urgente”, sentenciaram os signatários.

Mencionando a América Latina, Ministro português pede que a Otan: “Mire no Sul”

O novo ministro português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, considerou nesta terça-feira que é “fundamental” que a OTAN olhe para o sul, porque é “vital” para Espanha e Portugal em termos de segurança. Rangel fez estas declarações no início da segunda edição em Lisboa do “Fórum La Toja-Vínculo Atlântico”. “Temos trabalhado arduamente no contexto da OTAN para que o Mediterrâneo, o Oriente Médio e o Sahel sejam considerados interesses vitais porque são vitais para Espanha, para Portugal“, disse Rangel, acrescentando que a relação transatlântica de Portugal e Espanha não pode centrar-se apenas nos EUA, no Reino Unido ou no Canadá, mas que “o desígnio atlântico da União Europeia exige uma relação permanente e integrada com os Estados da América Latina. Espanha e Portugal são uma ponte entre a Europa e o Atlântico sul“, sublinhou o chefe da diplomacia portuguesa, que esclareceu que o Atlântico sul engloba não apenas a América Latina, mas além disso a África. Segundo ele, existem “interesses vitais de segurança” no Sahel, por isso considera fundamental que “no quadro da OTAN, não se deixe de olhar para o sul“. Fonte: Agência EFE.

China rejeita “críticas e pressões” sobre suas relações com a Rússia

A agência Europa Press informa que o governo da China enfatizou nesta quarta-feira que “não aceitará críticas ou pressões” sobre suas relações com a Rússia, após a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, alertar sobre “consequências significativas” para Pequim se suas empresas “apoiarem a guerra da Rússia contra a Ucrânia“. “A China e a Rússia têm o direito de manter uma cooperação econômica e comercial normal. Essa cooperação não deve sofrer interferências ou restrições, e a China não aceitará acusações ou pressões“, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning. Ning ressaltou ainda que se houver um interesse real em alcançar um acordo de paz na Ucrânia, “é preciso analisar as causas subjacentes da crise e realizar ações práticas para alcançar a paz“, em uma aparente crítica aos Estados Unidos, conforme relatado pelo portal de notícias Huanqiu. As palavras de Mao surgiram depois que Yellen afirmou, durante uma visita oficial à China, que “as empresas, incluindo as chinesas, não devem fornecer apoio material à guerra russa contra a Ucrânia e enfrentarão consequências significativas se o fizerem“. Além disso, as declarações da porta-voz foram feitas após o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, realizar esta mesma semana uma visita oficial a Pequim, onde se encontrou com seu homólogo chinês, Wang Yi, tendo elogiado as relações sino-russas que, segundo Lavrov, atingiram um “nível sem precedentes“. Por sua vez, Wang defendeu a realização de uma conferência internacional “para que a Ucrânia e a Rússia alcancem a paz, com a participação igualitária de todas as partes em conflito e uma discussão justa“, antes de ressaltar que Pequim e Moscou apoiam “uma globalização econômica inclusiva”.

Em outra “citação aleatória” citei o primeiro manual de campanha eleitoral, que foi escrito por Quinto Cícero no Século I A.E.C., para seu irmão Marco Túlio Cícero, que era candidato a Cônsul (e foi eleito). Os irmãos eram nobres e defensores dos privilégios da aristocracia. No trecho abaixo, Quinto Cícero expressa sua visão de como conquistar militantes para a campanha:

três coisas estimulam de modo particular os homens para a benevolência e para este empenho eleitoral, a saber, os benefícios, a esperança (de benefícios futuros) e a simpatia desinteressada, deve prestar-se atenção à maneira como colocar em ação cada um destes três meios”.

Breve Comentário sobre a Campanha Eleitoral (Commentariolum Petitionis) de Quinto Cícero, 63 A.E.C.

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