Putin condena ato sangrento e declara prontidão para combater terrorismo
Putin diz que os terroristas foram detidos, enquanto tentavam fugir em direção à Ucrânia, onde um corredor para atravessar a fronteira teria sido preparado para eles.
Publicado 23/03/2024 16:24 | Editado 23/03/2024 16:29
O presidente russo, Vladimir Putin, classificou o ataque terrorista à sala de concertos Crocus City Hall, na região de Moscou, como um ato “sangrento e bárbaro”. Em um discurso ao povo russo após o ataque, Putin enfatizou que se trata de um assassinato em massa de civis cuidadosamente planejado.
“Estamos enfrentando não apenas um ataque terrorista cuidadosamente planejado, mas sim um assassinato em massa, preparado e organizado, de pessoas civis indefesas”, declarou Putin.
Os perpetradores do ataque foram detidos, segundo o presidente russo, enquanto tentavam fugir em direção à Ucrânia, onde um corredor para atravessar a fronteira estatal teria sido preparado para eles.
“Todos os quatro perpetradores diretos do ataque terrorista, todos aqueles que dispararam e mataram pessoas, foram encontrados e detidos”, afirmou Putin.
O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) informou que 11 pessoas foram detidas no total, e que as autoridades estão trabalhando para identificar todos os colaboradores dos terroristas, incluindo aqueles que forneceram veículos, planejaram rotas de fuga e esconderijos de armas.
“Ao todo foram detidas 11 pessoas. O Serviço Federal de Segurança da Rússia e outras agências policiais estão trabalhando para identificar e revelar toda a base de cúmplices dos terroristas: aqueles que lhes forneceram veículos, planejaram vias de escape do local do crime, prepararam esconderijos de armas e munições”, disse o chefe de Estado.
Cooperação internacional
Putin reiterou o compromisso da Rússia em combater o terrorismo e expressou gratidão à cooperação de todos os países que compartilham a dor da tragédia e estão prontos para se juntar ao país nessa luta.
Entretanto, as declarações dos Estados Unidos sobre o incidente foram questionadas. Larry Johnson, oficial de inteligência aposentado da CIA, expressou estranheza em relação à declaração do Departamento de Estado dos EUA, especialmente porque informações cruciais sobre o ataque ainda estavam sendo investigadas.
“Ainda não sabemos quantos atiradores havia. Não sabemos quais eram as armas. Não sabemos quais eram as armas de fogo. Não sabemos quais eram os explosivos, não sabemos quantos foram realmente mortos, quantos ficaram feridos, mas mesmo assim o Departamento de Estado dos EUA sabe que não foi a Ucrânia. E isso acontece num dia em que um dos meios de propaganda da CIA disse que Biden, a Casa Branca e a equipe de inteligência estavam preocupados com o que chamam de ‘ataques descarados e injustificados contra a Ucrânia’.”
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, já havia questionado Washington sobre o pronunciamento em meio à tragédia desta sexta-feira (22). “Em que as autoridades em Washington se baseiam para tiram quaisquer conclusões sobre a inocência de alguém em meio a uma tragédia?”, perguntou.
Por sua vez, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, acusou os EUA de tentar inocentar a Ucrânia antes mesmo de qualquer investigação sobre o ataque.
Enquanto isso, o Brasil, por meio do Itamaraty, manifestou sua solidariedade ao povo e ao governo da Rússia e condenou veementemente o ato terrorista.
“O governo brasileiro tomou conhecimento, com consternação, do atentado ocorrido hoje, 22 de março, na sala de espetáculos Crocus City Hall, em Moscou, na Rússia. Ao expressar condolências aos familiares das vítimas e o desejo de pronta recuperação aos feridos, o Brasil manifesta sua solidariedade ao povo e ao governo da Rússia e reitera seu firme repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo”, afirma a nota emitida pelo órgão.
Nesta sexta-feira (22), um tiroteio foi registrado durante um show no Crocus City Hall, que fica no entorno de Moscou e tem capacidade para 9,5 mil pessoas. Os ingressos estavam esgotados. Após o atentado, ainda foi registrado um grande incêndio. O serviço de inteligência FSB confirmou que, o ataque ao Crocus City Hall deixou pelo menos 133 mortos, além de feridos.