Israel aprova plano para atacar Rafah e comunidade internacional reage
Aliados de primeira hora, os EUA vêm dando reiteradas declarações de que não apoia a incursão militar terrestre na cidade ao sul do enclave, refúgio de 1,5 milhão de civis
Publicado 16/03/2024 10:56 | Editado 16/03/2024 14:42
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, aprovou nesta sexta (15) os planos do Exército para invadir Rafah, cidade ao sul da Faixa de Gaza, considerada o último refúgio dos 1,5 milhão de civis palestinos. Líderes de diversos países, como os EUA, pedem que Netanyahu adie o ataque a Rafah, temendo baixas civis em massa.
Ao mesmo tempo, Israel mantém vivas as esperanças de cessar-fogo com planos de enviar outra delegação ao Qatar para conversas sobre um possível acordo de reféns com o grupo militante islâmico Hamas.
O gabinete do premiê declarou que “Netanyahu aprovou planos para uma operação militar em Rafah”. Sem dar mais detalhes, disse que “o exército está se preparando operacionalmente” para as investidas e “para a evacuação dos residentes”.
“Já estamos fazendo isso [ganhar as batalhas] com sucesso há cinco meses; este é um tempo recorde na história das guerras de Israel. Continuarei a rejeitar a pressão [da comunidade internacional]. Entraremos em Rafah. Completaremos a eliminação dos batalhões do Hamas”, disse o líder da extrema-direita à soldados do exército do país.
Aliados e críticos globais instaram Netanyahu a adiar o ataque a Rafah, temendo baixas civis em massa. Mas Israel diz que é um dos últimos redutos do Hamas que se comprometeu a eliminar e que os residentes serão evacuados.
O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que os EUA não tinham visto o plano para atacar Rafah, mas gostariam de saber como as investidas serão realizadas. Ele disse que a proposta de cessar-fogo feita pelo Hamas estava dentro dos limites do que era possível e declarou estar otimista de que seria aceita pelos israelenses.
O Hamas apresentou uma nova proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza nesta sexta. Segundo a Reuters, as exigências foram recebidas por Israel como “irreais”.
O texto pede a libertação de 700 a 1.000 prisioneiros palestinos, incluindo 100 condenados à prisão perpétua. Em troca, o Hamas libertaria reféns israelenses. A 1ª leva incluiria mulheres, crianças, idosos e pessoas doentes. Em um 2º momento, todos os detidos de ambos os lados seriam libertados.
A proposta também inclui: cessar-fogo permanente na Faixa de Gaza, envio de ajuda humanitária aos palestinos, retorno dos deslocados para suas casas e retirada dos militares israelenses do enclave.