Lula chega ao Egito para debater conflito entre Israel e Hamas
O presidente brasileiro celebra com o presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi, os 100 anos de relações diplomáticas entre as duas nações
Publicado 14/02/2024 13:29 | Editado 15/02/2024 09:20
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou, nesta quarta-feira (14), ao Egito para debater, entre outros assuntos, o conflito entre Israel e o Hamas. Além disso, estão na pauta o combate à desigualdade e à fome, a transição energética, as mudanças climáticas e a reforma das instituições internacionais.
De acordo com o Itamaty, deverão ser tratados os principais temas da agenda bilateral, nas áreas de comércio, investimentos, cooperação técnica, cooperação em educação e cooperação em defesa.
Os dois presidentes deverão tratar, igualmente, de temas regionais e multilaterais, tais como o conflito entre Israel e Palestina. Deverão também ser assinados acordos bilaterais nas áreas de bioenergia e ciência, tecnologia e inovação.
“O Egito, a exemplo do Brasil, tem um papel moderador, um papel de equilíbrio em busca de soluções pacíficas para os conflitos aqui da região. O Egito teve papel fundamental de apoio à evacuação de cidadãos brasileiros que estavam na Faixa de Gaza”, diz Paulino Franco de Carvalho Neto, embaixador do Brasil no Egito.
Nessa primeira viagem internacional do ano, Lula atende a convite do presidente egípcio, Abdel Fattah Al-Sisi. Os dois países também celebram os 100 anos de relações diplomáticas.
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O presidente brasileiro esteve pela primeira vez naquele país em 2003, sendo a primeira viagem de um chefe de Estado brasileiro desde as visitas de Dom Pedro II na década de 1870.
Atrás apenas da Argélia, o Egito é o segundo maior parceiro comercial do Brasil na África. Em 2023, o comércio bilateral entre os dois países chegou a US$ 2,8 bilhões (sendo US$ 489 milhões em produtos egípcios importados pelo Brasil e US$ 1,83 bilhão em produtos brasileiros exportados). A Argélia negociou com o país US$ 4,2 bilhões.
O Egito também se tornou integrante do Brics em 2024 e participará do G20 a convite do governo brasileiro, que preside o bloco até dezembro.
De acordo com o governo brasileiro, o comércio entre as nações tende a aumentar nos próximos anos, após a abertura do mercado egípcio para diversos produtos brasileiros em 2023, como peixes e derivados, carne de aves, algodão, bananas e gelatina e colágeno.
“A expectativa é de que o governo egípcio aprove em breve novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina. Também será discutida a abertura de uma rota aérea entre os dois países, ligando São Paulo ao Cairo”, diz o Planalto.
Na sexta-feira (16), o presidente brasileiro cumpre agenda na capital etíope, Adis Abeba, onde participa da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana.
Além do presidente brasileiro, devem participar da cúpula o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.