Em sinal de prestígio, Lula participa da Cúpula da União Africana
O presidente tem agendas no Egito e na Etiópia, países que se tornaram integrantes do Brics em 2024, com apoio do Brasil
Publicado 08/02/2024 12:51 | Editado 08/02/2024 17:59
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna na próxima semana, pela segunda vez no atual mandato, ao continente africano onde terá agendas no Egito e na Etiópia, países que se tornaram integrantes do Brics em 2024, com apoio do Brasil.
Os compromissos no Egito serão entre os dias 14 e 15 de fevereiro, e Etiópia, entre 16 e 18.
Na capital etíope, Adis Abeba, o presidente brasileiro vai participar como convidado da 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana.
Em um briefing para a imprensa sobre a viagem, o embaixador Carlos Duarte, secretário de África e Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores, diz que o convite para a cúpula da União Africana pode ser interpretado como um sinal de prestígio, já que na maior parte das vezes apenas os governantes africanos participam desse evento.
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“É um reconhecimento da prioridade que o presidente vem dando à África em sua política externa”, diz.
Na reunião com dezenas de chefes de Estado e governo na cúpula, o presidente tem convites para diversas reuniões bilaterais, que ainda não estão definidas.
O embaixador diz que o Brasil pode desenvolver com a Etiópia um comércio mais forte.
“É um país que tem tido um crescimento econômico forte e significativo e é um mercado importante. O Brasil pode se beneficiar tendo uma presença maior na Etiópia”, explica.
De acordo com o Itamaraty, outro ponto importante é a convergência entre o Brasil e as nações africanas nas três prioridades que norteiam a presidência brasileira no G20: o combate à desigualdade e à fome, a sustentabilidade e transição energética e, por fim, a reforma dos organismos internacionais para permitir maior participação dos países em desenvolvimento no sistema de decisões globais.
Egito
O convite para a visita ao Egito foi feito pelo presidente Abdul Fatah al-Sisi antes mesmo da posse de Lula.
“Ainda presidente eleito, ele foi convidado pelo presidente Sisi para participar da COP27 em Sharm al-Sheikh. O presidente foi lá e anunciou as diretrizes de sua política externa, um retorno do Brasil a fóruns internacionais e prioridades reconfiguradas. Também destacaria os 100 anos de relações diplomáticas entre Brasil e Egito que são comemorados em 2024”, afirma Duarte.
Ampliar relações com o Egito, um dos maiores e mais influentes países não apenas do continente africano como entre as nações árabes, é uma das ações estratégicas da diplomacia brasileira.
O embaixador explica que esse diálogo foi estreitado nos últimos meses, com as negociações para a saída de brasileiros que estavam na Faixa de Gaza em meio ao conflito na região, e puderam voltar após passar para o território egípcio por meio da passagem de Rafah.
“O Egito é um ator importante na região. Esse diálogo se deu nos mais diversos níveis para conseguir a repatriação dos brasileiros. Essa circunstância tornou a relação ainda mais importante”, afirma o embaixador.
Ele destaca ainda que o país é um dos principais parceiros comerciais do Brasil na África. “É um comércio forte e diversificado, especialmente nos produtos agrícolas”.
A expectativa é de que o governo egípcio aprove em breve novos abatedouros e frigoríficos no Brasil para exportação de carne bovina.
Em 2023, o país africano abriu mercado para diversos produtos brasileiros, como peixes e derivados, carne de aves, algodão e gelatina e colágeno. Também será discutida a abertura de uma rota aérea entre os dois países, ligando São Paulo ao Cairo.
Com informações do Itamaraty