Quase 60 milhões de brasileiros tem renda maior a partir deste mês

Reajuste do piso nacional, publicado pelo presidente Lula no Diário Oficial da União em 1º de janeiro, começa a ser pago a partir de fevereiro

Foto: Agência Brasil

A política oficial de valorização do salário mínimo (SM) sai do papel a partir desta quinta-feira (1/2), injetando cerca de R$ 69,9 bilhões na economia brasileira. Tudo porque o reajuste do piso nacional, publicado pelo presidente Lula no Diário Oficial da União em 1º de janeiro, começa a ser pago neste mês de fevereiro.

Do aumento de 7% acumulado ao longo de um ano, 4,57% correspondem a ganhos reais (acima da inflação do período). Em 2023, o valor do mínimo passou de R$ 1.302 em 1º de janeiro para R$ 1.320 em 1º de maio. Agora, em 2024, chega a R$ 1.412. O reajuste real é o maior já concedido pelo governo federal no Brasil em 12 anos.

A retomada da valorização do salário mínimo foi garantida com a Lei Nº 14.663/2023. Com isso, crescem a renda e o poder de compra de quase 60 milhões de brasileiros – o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) estima o total de beneficiados em 59,3 milhões.

Quem tem conquista não é só o trabalhador formal com renda atrelada ao salário mínimo. A medida favorece assalariados, trabalhadores que recebem seguro-desemprego, pessoas que recebem o BPC (Benefício de Prestação Continuada), beneficiários do abono salarial do PIS/Pasep, servidores públicos e beneficiários da Previdência que recebem aposentadoria, auxílio-doença ou pensão por morte.

Segundo o Diesse, há outros resultados importantes: “Ao elevar o piso nacional, a política contribuiu para reduzir as desigualdades salariais entre homens e mulheres, negros e não negros, entre regiões do país”. Além disso, “teve impacto positivo sobre os reajustes dos pisos salariais das diversas categorias de trabalhadores e trabalhadoras”.

Em especial nos primeiros anos de sua vigência, entre 2004 e 2009, a iniciativa ajudou a melhorar a situação econômica dos brasileiros. “A política constitui um dos fatores mais importantes para o aumento da renda da população mais pobre e marca o sucesso de uma luta que promoveu um grande acordo salarial na história do país”, aponta o Diesse. “A valorização do SM induz à ampliação do mercado consumidor interno e, em consequência, fortalece a economia brasileira.”

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