Corte Internacional anuncia primeira decisão sobre genocídio de Israel

Juízes analisam possíveis medidas de emergência, como ordenar o fim dos combates. Decisão desta semana ainda não tratam se o exército israelense está cometendo genocídio

Uma mulher palestina sentada ao lado de edifícios destruídos pelo bombardeio israelense na Faixa de Gaza, no campo de refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza, em 25 de novembro de 2023 Foto: Reprodução

Os juízes da Corte Internacional de Justiça (CIJ) anunciaram que devem tomar, nesta sexta (26), a primeira decisão sobre a acusação de genocídio contra Israel apresentada pela África do Sul.

Na ação, o país africano pede medidas imediatas para suspender as ações militares contra os palestinos. Uma sentença do tribunal em Haia determinando o fim da ações pode aumentar a pressão internacional sobre as autoridades israelenses.

No dia 29 de dezembro do ano passado, a África do Sul apresentou um pedido contra Israel alegando o descumprimento das suas obrigações nos termos da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio em relação aos palestinos na Faixa de Gaza.

Entretanto, o tribunal irá analisar apenas possíveis medidas de emergência — como solicitar o fim dos combates –, uma espécie de ordem de restrição para evitar que um conflito piore enquanto a corte analisa o caso completo, o que normalmente leva anos.

Assim, a CIJ não tratará nesta sexta se o Exército israelense está cometendo ou não genocídio contra os palestinos.

No anúncio desta quarta (24), o tribunal superior da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o painel de 17 juízes irá proferir sua decisão às 9h de Brasília no dia 26 de janeiro.

No dia 11 de janeiro, a África do Sul acusou formalmente o Estado israelense de cometer um genocídio contra o povo palestino por conta dos ataques à Faixa de Gaza que ocorrem desde outubro do ano passado e já deixaram mais de 25 mil mortos, a maioria mulheres e crianças.

Nas alegações, os advogados de acusação disseram que “o primeiro ato genocida [de Israel] é o assassinato em massa de palestinos em Gaza”. Adila Hassim, advogada da equipe jurídica sul-africana, destacou que “palestinos são mortos em suas casas, em lugares onde procuram abrigos, em hospitais, em escolas, mesquitas, igrejas, e tentando conseguir comida e água para suas famílias”.

Tembeka Ngcukaitobi, outro defensor sul-africano, disse que “a tentativa de genocídio de Israel está enraizada na crença de que o inimigo não é apenas o braço militar do Hamas, nem o Hamas de maneira geral, mas o povo palestino em Gaza”.

Diversos países manifestaram apoio à denúncia da África do Sul em Haia, tais como Brasil, Colômbia e Bolívia, na América do Sul.

Em nota, o governo brasileiro disse que respalda a iniciativa “de acionar a Corte Internacional de Justiça para que determine que Israel cesse imediatamente todos os atos e medidas que possam constituir genocídio ou crimes relacionados nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio”.

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