Juventude quer superar discurso de ódio e mobilizar pelo Governo
O novo presidente da União da Juventude Socialista (UJS), Rafael Leal, aponta vitórias de 2023 e destaca as pautas dos estudantes e da juventude trabalhadora para 2024
Publicado 26/12/2023 11:32 | Editado 31/12/2023 11:22
O presidente recém eleito da União da Juventude Socialista, a UJS, Rafael Leal, liderou uma delegação de 200 membros da entidade na 4ª Conferência Nacional de Juventude, ocorrida em Brasília, entre os dias 14 e 17 de dezembro. Um momento histórico para a juventude brasileira, depois de oito anos sem diálogo com o governo federal.
Rafael é sociólogo, formado pela PUC de Minas, destacou-se muito na militância estudantil, em Betim, Alfenas e Contagem, importantes cidades mineiras. Depois de uma trajetória, principalmente entre os estudantes de Minas Gerais, ele assume uma entidade que tem uma trajetória histórica de mobilização juvenil e que serve de paradigma para organizações de juventudes de esquerda em todo o mundo.
Em entrevista ao Portal Vermelho, Rafael compartilha as perspectivas e estratégias da entidade para o ano de 2024, abordando temas que vão desde a luta contra a extrema-direita no cenário nacional até as preocupações com a situação internacional, marcada por conflitos como a guerra na Ucrânia e o massacre na Palestina. Este é o espectro que deve nortear as preocupações da juventude brasileira, segundo a entidade, indo desde as preocupações mais cotidianas, como a rotina escolar e perspectivas de trabalho, até a solidariedade com as lutas mais distantes, consideradas parte do processo de emancipação de toda a humanidade.
Luta política e ideológica contra a extrema-direita
Rafael destaca a missão da UJS em liderar a luta política e ideológica contra a extrema-direita e o neofascismo no Brasil. Ele enfatiza a importância de isolá-los politicamente, tornar inelegível o atual presidente Bolsonaro e, se possível, levá-lo à prisão. No entanto, ressalta que é crucial combater as posições ideológicas da extrema-direita na sociedade, identificando o conservadorismo como uma força significativa que ainda precisa ser enfrentada.
O dirigente acredita que a propaganda pelo socialismo é uma ferramenta essencial para combater o discurso de ódio, destacando a importância de mostrar que a verdadeira oposição ao sistema é representada pelos defensores do socialismo, e não pela extrema-direita. Além disso, enfatiza a necessidade de garantir que o governo Lula siga sua agenda popular de investimento social, crescimento, geração de renda e combate à precarização do emprego, como parte da disputa para derrotar a direita.
“A gente precisa mostrar que eles não são antissistema. Antissistema somos nós que defendemos o socialismo. O melhor remédio contra a extrema-direita é a propaganda do socialismo”, defende Rafael.
Obstáculos no Congresso e no orçamento
Questionado sobre os desafios enfrentados pelo governo Lula no Congresso, Rafael expressa otimismo, destacando a capacidade de alterar a correlação de forças por meio da mobilização popular. Ele cita a revogação do Novo Ensino Médio como uma luta fundamental da juventude, além da necessidade de um orçamento robusto para as universidades e políticas de assistência estudantil.
O líder juvenil ressalta o prestígio internacional da UJS, destacando sua atuação em fóruns internacionais e a troca de experiências com organizações de juventude de outros países. Ele destaca o compromisso da UJS com a causa palestina, considerando-a central para a emancipação humana, e expressa a importância de posicionar-se contra os imperialismos estadunidense e europeu.
Diante de um cenário internacional conturbado, Rafael diz que a UJS continuará buscando alianças com organizações do Sul Global e aquelas que combatem o capitalismo e o imperialismo, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.
A UJS, sob a liderança de Rafael, se propõe a enfrentar os desafios políticos, ideológicos e internacionais em 2024, mantendo seu compromisso com a luta por justiça social, democracia e emancipação humana.
Confira as opiniões do líder da juventude socialista na entrevista a seguir:
Como você espera marcar essa sua passagem pela presidência da UJS?
A marca que a gente quer deixar para essa gestão da UJS, é de uma organização que possa estar na linha de frente da luta política e ideológica contra a extrema-direita, contra o neofascismo, porque essa é a luta mais perene.
É óbvio que isolá-los politicamente, tornar inelegível o Bolsonaro, se possível prender o Bolsonaro, é muito importante. Mas nós não podemos fazer isso e ver ao largo eles manterem posições ideológicas muito firmes na sociedade brasileira. Ainda é significativo o que representa o conservadorismo, a agenda de extrema direita do ponto de vista ideológico no Brasil.
Na abertura da conferência, Lula falou do clima de ódio que se impôs no Brasil nos últimos anos. Apontou para a necessidade de um resgate humanista na luta política, como contraponto à desinformação e a transformação da juventude em alvo preferencial dos algoritmos das redes sociais. A UJS costuma ser este primeiro contato de milhares de jovens com o socialismo e uma visão solidária de sociedade. Como enfrentar esse desafio da guerra ideológica que a extrema direita avança sobre a juventude brasileira?
Esse ano a gente conseguiu, principalmente a partir do 8 de janeiro, uma agenda de isolamento político da extrema-direita. A luta política ideológica na consciência do povo é muito mais difícil de se desconstruir do que os arranjos que são muito momentâneos, pendulares etc. Este é um ponto que a gente ainda precisa avançar.
O discurso do Lula, na conferência de juventude, foi nesse sentido. A juventude tem um papel fundamental de combater esse discurso de ódio. Então, uma das nossas metas é intensificar a propaganda pelo socialismo. A defesa do socialismo pode combater esse discurso de ódio, que é um discurso que consegue dialogar com o sentimento antissistêmico, porque, de fato, o sistema que está aí não atende o que o povo mais precisa.
O povo olha esses caras fazendo um discurso antissistêmico, e diz: eu vou com eles. Então, a gente precisa mostrar que eles não são antissistema. Antissistema somos nós que defendemos o socialismo. O melhor remédio contra a extrema-direita é a propaganda do socialismo.
E, por outro lado, é conseguir fazer o governo Lula avançar para o caminho que fez ele ser eleito. Por mais que os setores na frente ampla tenham sido importantes para a derrota do Bolsonaro, o governo Lula foi eleito com uma agenda popular de investimento social, voltar ao crescimento, geração de renda, investimento na educação, combate à precarização do emprego. Boa parte da nossa juventude, hoje, está submetida à uberização. Nós precisamos mobilizar a juventude para fazer com que esse seja o eixo do governo.
O governo começou com políticas muito exitosas, mas no seio do governo existe muita disputa e o Estado é a condensação da luta de classes. O que a gente tem para tensionar para o nosso lado é a mobilização social. A gente tem feito e vamos intensificar, através da nossa atuação no movimento estudantil.
Foram oito anos sem diálogo com o governo brasileiro. Como foi ver nesse final de semana tanta efervescência juvenil num encontro com o Lula e seus ministros, para debater essas questões primordiais que você estava mencionando? O que fica disso como perspectiva?
Acho que a volta da conferência de juventude é muito simbólica. Foi a juventude que ajudou a derrotar o governo Bolsonaro e eleger Lula. Não poderíamos passar esse primeiro ano sem ter uma conferência para que esse setor pudesse ser escutado.
Porque foi quem mais se mobilizou contra Bolsonaro e que também mais se mobilizou pela campanha do Lula. Diferente de outros locais, por exemplo, na Argentina a juventude elegeu o Milei, aqui a gente elegeu o Lula. E a conferência foi um espaço importante para Lula passar o seu recado, mas também escutar o nosso e voltar a articular uma política de juventude.
O desafio nessa política de juventude são dois: primeiro, a luta ideológica, que não pode ficar só a cargo do movimento social. O combate ao discurso de ódio precisa ser feito como política de Estado, a defesa da democracia, como política de governo. A gente deve pensar os mecanismos para ter políticas de juventude que possam ir no sentido de uma disputa cultural e ideológica na sociedade.
O segundo é como a gente estrutura uma série de políticas para essa juventude que está sem emprego e sem acesso à educação. E, principalmente, porque eles estão nos trabalhos precarizados ou sem emprego. Precisamos ter política de acesso e assistência estudantil na educação, além da assistência para permanecer.
Foi lançada agora a bolsa para o ensino médio. Temos que ver os valores que vão se consolidar e o público atingido, para que ela seja, de fato, uma política que consiga garantir que os jovens voltem para a educação. O caminho da educação é o caminho para garantir a emancipação da juventude para a vida adulta de maneira mais decente e digna. As políticas para esses jovens sem acesso à educação e emprego são fundamentais, porque são eles que mais morrem. É aqui que está a maioria de jovens negros e negras.
Desde a transição, já ocorre um diálogo com o novo governo. Qual você considera o principal avanço para os jovens brasileiros, neste primeiro ano de governo? Aquela medida que mexeu profundamente com a vida de todos?
Começar o ano de governo fazendo um reajuste das bolsas de pesquisa é uma sinalização muito positiva, no sentido de que a ciência e a produção do conhecimento científico nacional vai ser o centro desse novo governo. Isso atinge diretamente a juventude; também reajustou bolsas na graduação, de iniciação científica, de iniciação à docência. Então ali já foi um primeiro indício do que a gente teria.
Depois vem a recomposição do orçamento, também uma importante medida para as universidades federais. E terminamos o ano com a prorrogação da lei de cotas e com a sinalização de que se pode avançar o plano nacional de assistência estudantil. Acho que somado a isso, todas as políticas que visam retomada do crescimento, de uma política industrial, do financiamento para a produção de tecnologia nacional; todo esse conjunto de políticas transversais.
Se você industrializa o país, passa a gerar emprego de mais qualidade. O jovem que forma na engenharia vai ter mais perspectivas do que somente se encaminhar a um mercado de trabalho extremamente uberizado. Vai ter a perspectiva de formação de trabalho decente para a juventude.
Não podemos considerar somente as políticas que atingem diretamente o jovem, mas pensar também essa agenda que voltou a colocar a ideia do desenvolvimento e do projeto nacional no centro. É óbvio que tem limitações, porque é um governo pós-governo neofascista e neoliberal. Então, você tem setores de Estado que foram sequestrados pela elite financeira e que vão lutar até o fim para manter aquela doutrina fiscalista que restringe o investimento público.
Fizemos uma luta grande para que esse orçamento não mantivesse esse mantra do déficit zero. Que se possa ter uma margem de investimento público nas universidades, no PAC, na infraestrutura, porque é isso que vai gerar crescimento, que vai gerar emprego para a juventude e gerar política social para a juventude. A gente vai conseguir fazer essas políticas para quem não está na escola, para quem não está trabalhando. Entendendo essa conjuntura complexa de boa parte do centro do Estado sequestrado por essa elite financeira, mas que a gente pode ainda com a nossa mobilização social ir alterando essa condição.
Os primeiros anos dão indício que o rumo é esse, mas ainda tem muito a que se caminhar. A agenda neoliberal interpela o Brasil de maneira muito forte há muitos anos. Não são nem seis anos; foram 12 na década de 1990, agora mais seis de intensificação. Mas o rumo, a volta do Ministério das Indústrias, a centralidade do Ministério da Ciência e Tecnologia, a Petrobras ter derrubado a PPI (Paridade de Preços Internacionais), dão indício de que é um governo que tenta resgatar das elites financeiras o Estado contra essa doutrina neoliberal, fiscalista, que não favorece o crescimento e o investimento público para poder gerar crescimento.
Quais são as lacunas que permanecem sem solução nessa pauta da juventude nesse primeiro ano. A conferência que teve no final de semana apontou uma grande prioridade para a luta para o próximo ano?
Nós já conquistamos esse ano a renovação da lei de cotas, precisamos conquistar um orçamento robusto para as universidades, orçamento que o governo está indicando que é insuficiente. Precisamos ter mais orçamento para a universidade pública brasileira, garantir a revogação do Novo Ensino Médio e um plano de construção de uma nova escola que consiga garantir de fato a emancipação da juventude.
Esse drama da precarização do emprego, principalmente entre a juventude, é ainda um nó muito difícil de desatar e que precisa da mobilização social e da pressão, porque o outro lado faz uma pressão muito bem feita com os lobbies e tudo mais.
Ainda precisamos consolidar a revogação do Novo Ensino Médio. Essa é uma pauta fundamental da juventude nesse ano, foi o que mais mobilizou a juventude esse ano. O projeto de lei enviado pelo governo tem sido descaracterizado de maneira muito forte pelos mesmos interesses que fizeram o novo ensino médio. Isso gerou um descontentamento muito grande.
Quero parabenizar a nossa turma da UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), que estava ontem ocupada lá na frente do MEC, do Congresso, onde tivesse gente que pudesse ajudar. Essa é uma luta fundamental e saiu uma resolução da conferência, nesse sentido, de revogação do Novo Ensino Médio, pra que a gente possa ter um ensino de fato que prepare e dê garantia de emancipação da juventude.
Uma outra questão muito latente é essa questão das universidades federais. O orçamento apontado pelo governo ainda é muito insuficiente. Segundo a Andifes, é necessária uma recomposição de R$ 2,5 bilhões para manter as universidades funcionando até o final do ano. Além disso, precisamos de um Plano Nacional de Assistência Estudantil. Ainda é dramática a situação de muitos estudantes brasileiros. Se a universidade se popularizou, ela precisa garantir que os estudantes tenham a permanência assegurada.
E, por fim, que a gente consiga edificar alguns projetos de educação popular, de extensão universitária, de voluntariado entre a juventude. É a partir disso que a gente vai conseguir ocupar os territórios onde a juventude está e fazer uma disputa política ideológica em defesa da democracia, em defesa dos valores opostos a esses discursos de ódio.
Além disso, tem um elemento importante que é a regulamentação do ensino privado. O governo sinaliza agora com a criação do Instituto Nacional de Avaliação do Ensino Superior. Mas tem algumas medidas que podem ser tomadas, como por exemplo, a revogação da portaria que permite 40% de EAD (Ensino à Distância) no ensino superior, que precarizou muito o ensino, principalmente nas universidades privadas, que passaram, às vezes, a adotar até mais de 40%. Não é nada contra o ensino EAD, é contra você pagar o presencial e ter praticamente o ensino todo EAD, numa lógica que as universidades usam para aumentar os seus lucros e diminuir a qualidade do ensino.
A gente teve praticamente a base do governo Bolsonaro comandando o parlamento. Isso dificultou algumas coisas, mas tudo sinaliza que para o ano que vem haverá uma relação melhor. Você está otimista com essas perspectivas para 2024?
O Congresso reflete um pouco do que foi a agenda dos últimos seis anos. Quando eu falei de sequestro do Estado, simbolizei no Banco Central; mas isso aconteceu no Congresso também. A diferença é que o Congresso é eleito, embora na esteira desse avanço de forças antinacionais e anti-desenvolvimentistas.
É um Congresso onde a correlação de forças pode ser alterada pela mobilização popular. Eu estou otimista que 2024, — um ano em que as eleições municipais ajudam a alterar a correlação de forças –, precisa encontrar uma pauta de unidade que consiga fazer com que o povo se imobilize.
A própria revogação do Novo Ensino Médio é um exemplo. No começo, muita gente não acreditava que poderia ser revogado. A gente conseguiu ter uma nova lei, que na prática revoga a anterior e cria parâmetros que estejam mais dentro do que a gente acredita que deva ser a escola.
É através da mobilização da juventude que a gente pode transformar e mudar essa correlação de força no Congresso. Por isso, o próprio movimento social precisa encontrar pautas unitárias para construir grandes mobilizações.
Como a UJS observa e busca intervir no cenário internacional, que nunca esteve tão conturbado com um massacre na Palestina e uma guerra prolongada na Europa?
Antes de assumir a presidência, eu fui o responsável pela solidariedade internacional da UJS. Tive o privilégio, digamos assim, de representar a entidade nos nossos fóruns internacionais. Fui para Cuba, Chipre, Argentina, Uruguai, Venezuela. E uma das coisas que sempre me deixa muito orgulhoso é o prestígio internacional que a UJS tem, por ser uma experiência muito única entre os partidos de esquerda no mundo.
A maioria dos partidos de esquerda mantém organismos de juventude de quadros. A gente decidiu ter um organismo de juventude de massa. É uma experiência que não deixou de formar quadros e ainda constituiu um movimento de massas forte. Todo mundo fica curioso para entender como que faz isso e alguns deles até replicam, como os companheiros da JCC (Juventude Comunista de Cuba), que replicaram tão bem que elegeram deputados federais e têm um movimento de massa muito grande.
Essa troca internacional é fundamental, porque a gente aprende com eles, também. Aprendi muito com os cubanos, os valores revolucionários da coletividade, de colocar sempre o coletivo acima do individual, de não cair nas vaidades. A gente aprende muito nesse contato.
É fundamental num mundo de intensas contradições que se manifestam, sejam em guerras comerciais ou em guerras por procuração. Digamos que os Estados Unidos e a União Europeia fazem uma guerra por procuração ali na Ucrânia, usando os ucranianos como bucha de canhão. A mesma coisa em Israel e Palestina para desestabilizar o Oriente Médio, principalmente logo depois que ingressaram no BRICS países importantes do Oriente Médio. Acho que está tudo relacionado nessa transição de um mundo que antes era hegemonizado por Estados Unidos e União Europeia, agora passa a ter contornos mais multipolares.
Nesse contexto, a atuação internacional se torna cada vez mais importante, tanto é que o governo brasileiro inclusive tem dado centralidade para essa agenda, porque ela é fundamental para hoje. Assim, nós temos atuado e tem uma ligação muito forte com a causa palestina, achamos que a causa palestina é uma causa central do ponto de vista da emancipação humana. Ali estão todas as contradições que o imperialismo impõe para o povo, todas as mazelas e violências que o imperialismo impõe para o povo se expressam na questão da Palestina. Por isso, é uma causa muito presente na UJS desde a sua criação.
A gente ajudou a construir, fizemos seminários com a turma da Fepal (Federação Árabe-Palestina do Brasil) e organizamos atos de solidariedade ao povo palestino. Isso vai ser sempre algo que vai figurar, porque a causa palestina não é só do povo palestino, ela é uma causa de toda a humanidade. A gente só vai ter uma emancipação da humanidade, quando tiver o povo palestino livre das opressões imperialistas.
Esta é uma guerra que manifesta muito dessas contradições do imperialismo internacional buscando a todo custo manter suas posições hegemônicas. Por isso, a UJS vai buscar esse debate internacional sempre se posicionando contra o imperialismo estadunidense e europeu, por construções alternativas de governança global.
Nossa aliança prioritária é sempre com as organizações do Sul Global, mas também com as organizações que fazem um combate ao capitalismo e ao imperialismo, também no seio da Europa e nos Estados Unidos. A gente tem uma atuação internacional e uma tradição muito grande nesse sentido.