Trégua se prolonga conforme prossegue troca de prisioneiros
Negociadores do Egito e Catar pressionam por nova prorrogação de dois dias nos combates entre o Hamas e Israel.
Publicado 30/11/2023 17:13
A trégua entre Israel e o Hamas foi prorrogada pelo sétimo dia, anunciaram fontes de ambos os lados poucos minutos antes de o acordo expirar. Os militares de Israel disseram que a “pausa” continuará pela libertação de reféns. O Hamas confirmou o acordo para prolongar o cessar-fogo. A trégua será estendida por pelo menos mais 24 horas.
Os negociadores egípcios e catarianos estão pressionando por uma nova prorrogação de dois dias da pausa nos combates entre o Hamas e Israel.
Uma semana após o início da trégua, os residentes da Faixa de Gaza continuam temerosos sobre o que poderá acontecer a seguir.
Os termos do acordo continuam, em que o Hamas liberta 10 reféns israelenses por dia em troca de 30 prisioneiros palestinos. As conversações entre os dois lados parecem estar a tornar-se mais difíceis à medida que a maioria das mulheres e crianças detidas pelo Hamas são libertadas.
O grupo palestino pode buscar a libertação de um maior número de prisioneiros em troca da libertação de homens e soldados israelenses. Israel vai querer todos os reféns de volta. A questão é se está disposto a pagar o preço exigido pelo Hamas, como um cessar-fogo permanente e a libertação de todos os prisioneiros palestinos.
Alívio em Gaza
A notícia da prorrogação da trégua foi um alívio em Gaza, onde os cidadãos ficaram na incerteza até o início da manhã de quinta-feira. Com isso, mais ajuda humanitária poderá entrar na Faixa de Gaza, incluindo água, alimentos, medicamentos e até combustível.
A pressão internacional para um cessar-fogo tão duradouro aumentou depois de quase oito semanas de bombardeios israelense e de uma campanha terrestre em Gaza. Os ataques mataram pelo menos 15 mil palestinos, deslocaram três quartos da população de 2,3 milhões de habitantes e desencadearam uma crise humanitária devastadora.
Israel saudou a libertação de dezenas de reféns nos últimos dias, incluindo 16 na noite de quarta-feira, e disse anteriormente que manteria a trégua enquanto o Hamas continuasse a libertar os cativos.
Ainda assim, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu insistiu na quarta (29) que Israel acabará por retomar os seus ataques a Gaza, enquanto procura erradicar o Hamas, que governa Gaza há 16 anos.
“Depois de esgotada esta fase de devolução dos nossos raptados, Israel voltará a lutar? Portanto, minha resposta é um inequívoco sim”, disse ele. “Não há como não voltarmos a lutar até o fim.”
Dia Internacional de Solidariedade à Palestina
Manifestantes de todo o mundo reuniram-se para assinalar o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestiniano, o 29 de novembro, condenando a guerra de Israel em Gaza e apelando a um cessar-fogo permanente.
Os protestos foram realizados na quarta-feira em São Paulo e outras capitais brasileiras, Túnis (Tunísia), Teerã (Irã), Carachi (Paquistão), Beirute (Líbano), Harare (Zimbabue), Tóquio (Japão), Estocolmo (Suécia), Londres (Reino Unido), Joanesburgo (África do Sul), Manila e Quezon (Filipinas), Milão (Itália) e outros lugares.
O Dia Internacional da Solidariedade com o Povo Palestino é comemorado em 29 de novembro de cada ano para marcar o aniversário da Resolução 181, quando a Assembleia Geral da ONU, neste dia, em 1947, adotou uma resolução para dividir a Palestina em dois estados e promoveu a expulsão de centenas de milhares de palestinos de suas terras.
Manifestação de apoio ao povo Palestino em São Paulo (Brasil) em 29 de novembro. Foto: Roberto Parizotti.
Comunidade Palestina de Santana do Livramento (RS), fronteira com a cidade de Rivera ( Uruguai) faz doação de cestas básicas e manifestação em apoio aos palestinos de Gaza. Foto Marcelo Pinto/APlateia