Prêmio Jabuti anuncia semifinalistas: destaque para Cida Pedrosa

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou nesta quinta-feira (9) os 10 semifinalistas de cada categoria da 65ª edição do Prêmio Jabuti, um prêmios dos literários mais prestigiosos do Brasil. Os finalistas, cinco de cada categoria, serão revelados no dia 21 deste mês, e a estreia de estreia está marcada para o dia 5 de dezembro no Theatro Municipal de São Paulo. Confira a lista de semifinalistas aqui.

Com um total de 4.245 obras escritas, a premiação destaca o vasto cenário literário brasileiro, abrangendo quatro eixos: Literatura, Não Ficção, Produção Editorial e Inovação. Além do reconhecimento, o vencedor do prêmio do Livro do Ano receberá um prêmio em dinheiro de R$ 70 mil e a oportunidade de participar da próxima Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, um dos eventos literários mais importantes globalmente.

Cida Pedrosa na disputa pela categoria Poesia

Entre os semifinalistas está a pernambucana Cida Pedrosa, concorrendo na categoria Poesia com seu livro Araras Vermelhas. A autora, também vereadora do Recife pelo PCdoB, foi vencedora do prêmio Jabuti em 2020 com o livro Solo para Vialejo. Nas redes sociais, Cida expressou sua empolgação, compartilhando a alegria de ser, mais uma vez, semifinalista do prêmio.

“Podia ser um tbt, mas é verdade verdadeira. Estou na semifinal do Premio Jabuti deste ano, minha gente!  Desta vez, é com meu último livro de poesias Araras Vermelhas, da Companhia das Letras. Tô que não me aguento de felicidade!”, disse.

Polêmica

Um ponto de controvérsia nesta edição foi a indicação de um livro produzido por inteligência artificial (IA). O livro em questão é uma edição do clássico “Frankenstein” de Mary Shelley, onde o designer Vicente Pessôa utilizou IA para criar as ilustrações. A obra foi inscrita na categoria de melhor ilustração do ano, mas o uso de IA não foi inicialmente divulgado na inscrição e acabou sendo desclassificada na tarde desta sexta-feira (10).

Em nota, a CBL afirmou que as regras do prêmio não previam a avaliação de obras que utilizam IA em sua produção. “As regras da premiação estabelecem que casos não previstos no Regulamento sejam deliberados pela Curadoria, e a avaliação de obras que utilizam IA em sua produção não estava contemplada nessas regras”.

“A utilização de ferramentas de inteligência artificial tem sido objeto de discussão em todo o mundo, em razão dos princípios de defesa dos direitos autorais. Considerando a nova realidade de avanços dessas novas tecnologias, a organização do prêmio esclarece que a utilização dessas novas ferramentas será objeto de discussão para as próximas edições da premiação”, conclui o comunicado.

A edição de “Frankenstein” foi publicada pelo Clube de Literatura Clássica, com ilustrações geradas pelo software Midjourney. Pessôa concorria ao prêmio ao lado de outros ilustradores renomados.

A inclusão de uma obra ilustrada por IA gerou polêmica, especialmente após o cartunista André Dahmer, que é jurado do prêmio, afirmar que não sabia que as imagens de “Frankenstein” eram criação de IA. “Não conheço os nomes de ferramentas de inteligência artificial, nem quero conhecer. A organização do prêmio, ao me enviar o livro, também desconhecia o nome desta ferramenta. Outro jurado, Baptistão, também não sabia que avaliava um trabalho híbrido”, escreveu Dahmer.

No lugar de Pessôa, Bruna Lubambo, ilustradora de “O centauro e a sereia”, livro publicado pela editora Elo, concorrerá ao prêmio. A polêmica em torno do uso de IA na arte e na literatura continua a provocar a discussão na comunidade, trazendo reflexõs sobre as mudanças e inovações na indústria literária, especialmente com a introdução de tecnologias como a inteligência artificial no processo criativo.

A edição deste ano também apresenta um foco em novos talentos, introduzindo a categoria de Escritor Estreante, visando autores que tenham publicado sua primeira obra em língua portuguesa no Brasil entre janeiro e dezembro de 2022, nas categorias de Romance de Entretenimento ou Romance Literário.

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com agências