Lula pede fim do direito de veto no Conselho de Segurança da ONU
“Nós achamos que os americanos, os russos, os ingleses, os chineses ninguém tem o direito de veto. Ou seja, se tiver dúvida, vota-se a maioria, ganha e cumpre-se”, defendeu o presidente
Publicado 28/10/2023 14:02 | Editado 30/10/2023 15:27
Em conversa com jornalistas nesta sexta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz que vai continuar defendendo a paz e pediu o fim do direito de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Vou continuar falando em paz porque acredito que é a coisa mais extraordinária para tentar superar o poder das balas com o poder da conversa. O poder do diálogo é capaz de vencer a bomba mais competente que o ser humano seja capaz de produzir”, afirmou.
Além do empenho pela busca de uma solução pacífica no Oriente Médio, o presidente destacou o trabalho do governo para repatriar os brasileiros que estão em Gaza.
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O presidente afirmou que o governo colocou aviões à disposição para trazer os brasileiros.
“Agora, estou com o avião presidencial no Cairo já há uma semana, esperando que o presidente do Egito e que o presidente de Israel faça um acordo para liberar a fronteira para passar os estrangeiros que querem voltar para seu estado nacional”, informou.
Lula insistiu na defesa da paz. “Por falar em paz, a nota que o Brasil fez e foi aprovada nas Nações Unidas, porque a nota do Brasil foi aprovada por 12 de 15 votos e duas abstenções. E é por isso que queremos acabar com o direito de veto. Nós achamos que os americanos, os russos, os ingleses, os chineses ninguém tem o direito de veto. Ou seja, se tiver dúvida, vota-se a maioria, ganha e cumpre-se”, defendeu.
O presidente disse que recentemente conversou com muitos chefes de estados sobre a necessidade da paz.
“Eu comecei falando como presidente de Israel e depois eu falei com o presidente da Autoridade Palestina, depois eu falei com o presidente do Irã, com o presidente da Turquia, com o presidente do Egito, com o presidente dos Emirados Árabes, com o presidente da França, com o Conselho Europeu, com o emir do Catar. E ainda tenho que falar com XI Jinping. Tenho que falar com o primeiro-ministro Modi (Índia), com o presidente Ramaphosa (África do Sul). Eu vou conversar com todo o mundo”, disse.
Terrorismo
Lula também falou sobre a posição do governo em relação ao Hamas que está sendo chamado de uma organização terrorista.
“Primeiro, o Brasil só reconhece como organização terrorista aquilo que o Conselho de Segurança da ONU reconhece. E o Hamas não é reconhecido pelo Conselho de Segurança da ONU como organização terrorista porque ele disputou eleições na Faixa de Gaza e ganhou. O que dissemos é que o ato do Hamas foi terrorista”, explicou.
O presidente condenou a ação da organização. “Não é possível fazer o ataque, matar inocentes, sequestrar gente da forma que eles fizeram, sem medir as consequências do que acontece depois. Agora o que temos é a insanidade também do primeiro ministro de Israel, querendo acabar com a Faixa de Gaza, esquecendo que lá não têm só soldado do Hamas, que lá tem mulheres, crianças que são as grandes vítimas dessa guerra. E aí a minha preocupação com os brasileiros”, observou.