Sobrinho de Bolsonaro é alvo da PF pelo 8 de Janeiro

Léo Índio chegou a publicar vídeo e fotos registrando a sua participação nos atos golpistas. O bolsonarista também é investigado pela PGR pelo 7 de Setembro

Foto: Reprodução

A Polícia Federal cumpre, nesta quarta (25), mandados de busca e apreensão contra Leonardo Rodrigues Jesus, primo dos filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro. Léo Índio é um dos 12 investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro na 19ª fase da operação Lesa Pátria.

São cinco mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão cumpridos em Cuiabá (MT), Cáceres (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e Brasília (DF). A operação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo”, diz a PF em nota.

Não é a primeira vez que Léo Índio é alvo da Lesa Pátria. Em janeiro, o sobrinho do ex-presidente foi alvo da terceira fase da operação.

Leo Índio aparece em imagens na Praça dos Três Poderes no dia dos ataques aos prédios do STF, Congresso Nacional e do Palácio do Planalto. Ele é autor de vídeos vitimizando os golpistas, atingidos por bombas para dispersar a multidão.

Ao postar nas redes sociais um dos vídeos, Léo Índio chegou a publicar que “patriotas não cometem vandalismo”.

Na ocasião, Léo Índio registrou sua participação nos atos golpistas nas redes sociais com uma foto na rampa do Congresso Nacional. Após a reação da sociedade civil contra os atos do 8 de Janeiro, o bolsonarista chegou a editar a legenda da publicação, explicando sua presença em Brasília naquela data.

“Quem tem histórico de destruir patrimônio público é a esquerda. Focarão no vandalismo, certamente. Mas sabemos a verdade. Olhos vermelhos = gás lacrimogênio disparado pelas forças de segurança, que não focaram nos focos de destruição, jogaram em todos os manifestantes. Busquem os verdadeiros vândalos e também os covardes mascarados e fantasiados de patriotas”, escreveu o sobrinho de Bolsonaro.

Não é a primeira vez que Léo Índio é alvo da Lesa Pátria. Em janeiro, o sobrinho do ex-presidente foi alvo da terceira fase da operação. Léo Índio não tem ensino superior, e disse à Corte que sua ocupação era de vendedor. No passado, ele chegou a ser assessor do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e ocupou cargos de confiança nos gabinetes do senador Chico Rodrigues (União Brasil-RR) e da liderança do PL no Senado Federal, pelo qual recebia um salário de R$ 5,7 mil. Em julho do ano passado, ele foi exonerado.

Também em 2022, ele tentou se eleger como deputado distrital sob a alcunha de Léo Bolsonaro. O sobrinho não tem o sobrenome do ex-presidente por ser filho de uma irmã de Rogéria Nantes, ex-mulher de Bolsonaro e mãe de Carlos, Eduardo e Flávio.

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Além do 8 de Janeiro, Léo Índio é investigado pelo 7 de Setembro

Léo Índio também é investigado no inquérito aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para apurar a organização e financiamento das manifestações de 7 de setembro em 2021.

Em agosto de 2022, a subprocuradora-geral Lindôra Araújo pediu ao ministro Alexandre de Moraes que autorizasse a tomada de depoimento do sobrinho do ex-presidente.

Na ocasião, Moraes acatou o pedido e ordenou o bloqueio das contas do Facebook, Instagram, Twitter e Youtube, além das suas contas e das chaves PIX divulgadas por ele para arrecadar valores a serem utilizados no financiamento das manifestações.

O primo dos filhos de Bolsonaro entrou na mira da investigação após postar em suas redes sociais uma campanha de arrecadação de dinheiro para financiar as manifestações do 7 de setembro.

Segundo a PGR, “o quadro probatório demonstra a atuação de Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Leo Índio, na divulgação de mensagens, agressões e ameaças contra a democracia, o Estado de Direito e suas instituições”.

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