PF adia depoimento de Zambelli sobre pagamento a hacker

Preso na última quarta-feira (2), Delgatti contou também que foi levado pela deputada até Bolsonaro que lhe questionou sobre possibilidade de invadir as urnas do TSE

Delgatti e Zampelli (Foto: Reprodução do Twitter)

A Polícia Federal (PF) adiou o depoimento da deputada Carla Zambelli (PL-SP) sobre a suspeita de pagar Walter Delgatti para invadir a conta de e-mail do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e os bancos de dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O depoimento estava marcado para as 14h desta segunda-feira (7). Não foi divulgado uma nova data.

A defesa informou que orientou a parlamentar a ficar em silêncio, pois alegou que não teve acesso aos autos. Contudo, as informações estão disponíveis no sistema desde 2 de agosto.

De acordo com investigação da PF, assessores de Zambelli pagaram via Pix, R$ 13.500, para o hacker inserir no sistema do CNJ, de forma ilegal, onze alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP) e um mandado de prisão assinado por Alexandre de Moraes contra si mesmo.

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No mandado falso, Moraes determinava: “Diante de todo o exposto, expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”.

Delgatti, que ficou conhecido nacionalmente por vazar as conversas de procuradores da Lava Jato, a Vaza Jato, ainda contou à PF que foi levado pela parlamentar até o ex-presidente Bolsonaro.

Na ocasião, ele teria sido questionado sobre a possibilidade de invadir as urnas eletrônicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Por conta disso, os deputados Rogério Correia (PT-MG) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) apresentaram um requerimento de convocação do hacker para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga os atos golpistas do 8 de janeiro, a CPMI do Golpe.

O depoimento dele foi marcado para a próxima quinta-feira (10). “O hacker precisa explicar à comissão por que se encontrou fora da agenda com Jair Bolsonaro ano passado. E o que isso tem a ver com os pagamentos recebidos da deputada Carla Zambelli para tentar fraudar as urnas eletrônicas e invadir as contas de e-mail do ministro do STF Alexandre de Moraes. Seus atos claramente serviram a propósitos golpistas e justificam sua convocação”, afirmou Feghali.

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