Chico Pio “Brincava de viver”
Falece o músico e compositor Chico Pio. Uma referência musical para várias gerações.
Publicado 26/06/2023 14:16 | Editado 26/06/2023 18:29
Faleceu na manhã desta segunda-feira (26), o piauiense, radicado no Ceará, Chico Pio, aos 70 anos. Cantor, compositor e com uma trajetória musical marcada por parcerias com nomes conhecidos da música brasileira.
O ex-vereador Evaldo Lima, do PCdoB e o o Sindicato dos Músicos Profissionais no Estado do Ceará escreveram notas de pesar.
Evado Lima escreveu:
Hoje faleceu Chico Pio, “O inoxidável”, um dos maiores talentos da história da música cearense, carisma e voz poderosa, um cara de coração de menino. Brincava de viver e alegrar as pessoas com sua voz potente, violão arrojado e alegria contagiante.
Chico Pio era genial , generoso, por vezes genioso. Marcante e eterno!
As canções de Chico Pio embalaram muitas noites de minha juventude e teimo em escutar até hoje. “Sorvete” , “O dado”, “Aquarela Japonesa”, “Solitudine” , “O que foi que você viu?”, “Água ” e tantas mais músicas lindas. Adorava escutá-lo cantar suas canções e as canções dos parceiros Fausto Nilo e Fagner , numa mesa do Estoril , Cais Bar ou no Cantinho do Frango.
Que dia triste !
Nota de pesar – SINDIMUCE- Chico Pio
O Sindicato dos Músicos Profissionais no Estado do Ceará manifesta profundo pesar pelo falecimento do colega Francisco Pio Napoleão, o inesquecível Chico Pio. Compositor, cantor, violonista, arranjador, nome histórico da cena musical do Ceará para o Brasil, Chico Pio integrou a segunda geração do chamado “Pessoal do Ceará”, em meados dos anos 70, levando a música de Fortaleza para todo o País, firmando parcerias que resultariam em clássicos da nossa canção, participando em 1979 da Massafeira Livre no Theatro José de Alencar e do disco duplo lançado nacionalmente. Também lançou seus próprios – e belíssimos – discos e teve canções gravadas por intérpretes como Zé Ramalho, Amelinha, Ednardo, entre tantos outros. Compôs em parceria com Alano Freitas, Dunga Odakan, Luciano Cléver (com quem lançou o disco coletivo “Marca Carmim”), Totonho Laprovítera, Stélio Valle, Olimpio Rocha, Fausto Nilo, Manassés, Wagner Castro, Eugênio Leandro, Régis Soares, Rogério Soares, Tarcísio Sardinha, Francis Vale, Dalwton Moura, Ricardo Bezerra, Serrão de Castro, Nertam Alencar, Marcelo Serpa, Neudo Figueiredo, entre vários outros.
Na semana passada, diante da internação de Chico Pio, vários colegas músicos e músicas de várias gerações se reuniram para um show-homenagem solidário, no Cantinho do Frango, já sentindo profundamente a ausência do amigo naquele espaço em que ele era habitué. A importância de Chico Pio foi destacada então por dezenas de artistas que se reuniram para ressaltar a importância da obra deixada por Chico e a tristeza de vê-lo a enfrentar uma doença grave.
O SINDIMUCE se associa a uma das falas que destacou, na ocasião, a condição corajosa de Chico Pio como um “outsider”, alguém que enfrentou muitas e muitas dificuldades mas viveu sempre à sua maneira, de forma literalmente independente, sem jamais jogar o jogo da indústria fonográfica, dos pequenos círculos responsáveis por grandes decisões, de “amizades” por interesse ou por expectativa de benesses de qualquer natureza. O Sindicato também destaca a importância de a política cultural… Leia a íntegra em www.sindimuce.org.br