Com Lula, desmatamento cai 31% e multas crescem 179% na Amazônia

46% do desmatamento ocorreu em imóveis rurais da Amazônia com registro público no Cadastro Ambiental Rural

A transição dos anos predatórios de Jair Bolsonaro (PL) para o governo de reconstrução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já começa a resultar em avanços na área ambiental. Os dados que dizem respeito à região amazônica comprovam a mudança.

De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o desmatamento na Amazônia Legal caiu 31% no acumulado de janeiro a maio deste ano, em comparação com período similar de 2022. Os dados, baseados no Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), disponível na plataforma TerraBrasilis, foram divulgados nesta quarta-feira (7)

“Foram 1.986 quilômetros quadrados (km²) de área desmatada nos primeiros meses deste ano contra 2.867 km² de área desflorestada entre janeiro e maio de 2022. Esse número representa uma reversão da tendência de desmatamento, que chegou a aumentar 54% no segundo semestre do ano passado”, lembra a Agência Brasil.

João Paulo Capobianco, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), comemorou os números. Em entrevista coletiva, ele lembrou o legado da gestão bolsonarista na Amazônia Legal e deu novas estatísticas sobre a redução da área desmatada.

“O governo atual recepcionou o desmatamento em alta na Amazônia, em uma faixa bastante importante. O dado que o Deter acaba de disponibilizar representa uma queda de 10% no mês de maio, comparado com o mês de maio do ano anterior”, diz Capobianco.

O MMA estima que 46%do desmatamento neste ano ocorreu em imóveis rurais da Amazônia com registro público no Cadastro Ambiental Rural (CAR); 21% em assentamentos rurais; e 15% em áreas de florestas públicas não destinadas. Assim, o governo é capaz de identificar o responsável pelo terreno e aplicar multa na maior parte das áreas desmatadas.

Os municípios da Amazônia Legal que mais concentram desmatamento são Feliz Natal (MT, 8,8%); Apuí (AM, 6,8%) e Altamira (PA, 4,9%). “Ao todo, são oito municípios no Mato Grosso, seis no Amazonas, quatro no Pará, um em Rondônia e um em Roraima. Juntos, responderam por uma área desmatada de quase 2 mil km²”, informa a Agência Brasil.

O desmatamento ilegal, sem autorização, já resultou na aplicação de mais de R$ 2 bilhões em multas só em 2023 – uma alta de 179% na comparação com o ano passado. Conforme o Ibama, foram emitidos 7.196 autos de infração. Mais de 2,2 mil fazendas, glebas ou lotes rurais foram embargados.

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