Motoristas de aplicativo fazem greve por melhores condições de trabalho

Entre as reivindicações estão melhores condições de trabalho, maior valor por quilômetro rodado, aumento na tarifa mínima da corrida e mais segurança

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Em luta para garantir seus direitos num dos setores mais precarizados do mercado, motoristas de aplicativos como Uber e 99 paralisaram suas atividades nesta segunda-feira (15) em diversos pontos do país. Dentre as reivindicações estão melhores condições de trabalho, maior valor por quilômetro rodado, aumento no valor da tarifa mínima da corrida e mais segurança.

Segundo apontado por entidades representativas da categoria, os trabalhadores estão recebendo o mesmo valor desde 2016. Outro problema é a mudança no sistema de cobrança, a partir de 2019.

“Antes, você saía da sua casa para ir para o seu trabalho, por exemplo, e você sabia que esse valor informado seria o mesmo que você pagaria. Atualmente não é mais assim, e com isso a taxa cobrada dos motoristas também está sofrendo essa variação. As empresas reajustaram os valores das tarifas para os passageiros, mas não repassaram para os motoristas, fazendo com que o valor de uma corrida chegue até 60% de desconto de taxa”, explicou à Agência Brasil o presidente da Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp), Eduardo Lima de Souza. 

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Com isso, completou, “os motoristas estão trabalhando longas horas, chegando no final do dia com o lucro muito baixo, fazendo com que ele tenha que trabalhar todos os dias”. 

Ao site Autoesporte, Leandro Cruz Medeiros, presidente do Sindicato dos trabalhadores com aplicativo do estado de São Paulo (Stattesp) destacou que constam ainda na pauta de reivindicações pontos como o valor de R$ 2 por quilômetro; o aumento de R$ 5,62 para R$ 10 no valor mínimo da corrida; a instalação de câmeras em todos os veículos e que haja maior rigidez no cadastro dos aplicativos. Eles também pedem a cobrança de adicional para cada parada solicitada pelo passageiro durante a corrida e o fim dos banimentos de plataformas sem justificativa. 

Em nota divulgada à imprensa, a Amasp declarou: “Infelizmente, após inúmeras tentativas de negociações sem sucesso sobre o repasse aos motoristas junto às empresas, vimos a necessidade de realizar esta paralisação na tentativa de termos nossas reivindicações atendidas”. 

O movimento foi convocado pela Federação dos Motoristas por Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e pela Amasp. As entidades calculam que 70% dos profissionais da categoria em todo o país devem aderir à greve. 

Com agências

(PL)

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