Morre Rita Lee, a maior lenda do rock nacional

Em quase 60 anos de uma carreira que explodiu com o grupo Os Mutantes, em 1966, Rita Lee foi sinônimo de rebeldia, criatividade e libertação

“Se por acaso morrer do coração / É sinal que amei demais”, cantou Rita Lee em Saúde, um de seus grandes e incontáveis hits. “Mas enquanto estou viva e cheia de graça / Talvez ainda faça um monte de gente feliz.”

Considerada a “rainha do rock” brasileiro, a cantora e compositora paulista Rita Lee morreu na noite desta segunda-feira (8), aos 75 anos, em sua casa em São Paulo (SP). Conforme comunicado em sua conta no Instagram, a artista estava “cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”. Desde 2021, ela enfrentava um tumor primário no pulmão.

Em quase 60 anos de uma carreira que explodiu para o público com o grupo Os Mutantes, em 1966, Rita Lee foi sinônimo de rebeldia, criatividade e libertação. Maior lenda do pop-rock nacional, lançou 40 álbuns, sendo seis com os Mutantes, e vendeu cerca de 55 milhões de discos. Dados do Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição) indicam que a artista compôs 326 músicas e gravou quase 600.

Rita Lee deixa três filhos – Beto Lee, João Lee e Antônio Lee. A cantora foi casada com dois de seus grandes parceiros musicais, Arnaldo Baptista e Roberto de Carvalho. “Rita Lee trouxe para os Mutantes um lado circense, que envolveu humor, roupas e instrumentos que ela tocava, como o Theremin. Além de nossas parcerias, como na Balada do Louco, entre tantas outras”, escreveu Baptista.

Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), “Rita ajudou a transformar a música brasileira com sua criatividade e ousadia. Não poupava nada nem ninguém com o seu humor e eloquência. Enfrentou o machismo na vida e na música e inspirou gerações de mulheres no rock e na arte”.

O velório acontecerá nesta quarta-feira (10), no Planetário do Ibirapuera, em São Paulo. Na sequência, o corpo será cremado em cerimônia restrita à família.

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